Morro de São Paulo: trabalhadores queimam pneus em novo protesto contra aumento de tarifa

Preço saiu de R$ 2 para R$ 2,50

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  • Mario Bitencourt

Publicado em 21 de dezembro de 2017 às 10:35

- Atualizado há um ano

. Crédito: Leitor CORREIO

Moradores do povoado da Gamboa, na Ilha de Tinharé, pertencente ao município de Cairu, no Baixo Sul da Bahia, realizaram novo protesto com queima de pneus na manhã desta quinta-feira (21), após barqueiros que fazem a travessia Gamboa-Morro de São Paulo-Valença deixarem de atracar no terminal marítimo da Gamboa. Foto: Leitor CORREIO Os trabalhadores, que dependem do transporte marítimo para desenvolver suas atividades em Morro de São Paulo, situado a quase 7 km da Gamboa, encaram a ausência de barcos no terminal como retaliação a manifestação desta quarta-feira no píer de Morro de São Paulo, que ficou fechado por cerca de três horas.

A manifestação desta quarta foi uma reação ao aumento na segunda-feira da passagem de R$ 2 para R$ 2,50 da travessia entre Gamboa e Morro de São Paulo. Os manifestantes querem que o valor seja reduzido. Na manifestação desta quarta, cerca de 400 pessoas estiveram presentes, segundo a Polícia Militar.

A travessia Gamboa-Morro de São Paulo-Valença, cidade do outro lado do mar, tem valor diferenciado: turistas pagam R$ 4 entre Gamboa e Morro e R$ 12 se quiserem ir até Valença, saindo de Morro ou Gamboa.

“A resposta por lutar por direitos foi essa: até o momento não há barcos para ir até Morro, os barqueiros passaram por fora pra não levar nenhum trabalhador. É assim que querem calar o povo, mais isso não vai adiantar”, declarou a turismóloga Sidmaria Nascimento dos Anjos, 30, moradora da Gamboa e que atua numa pousada em Morro.  

A situação foi amenizada com um barco da empresa Valtur que chegou ao terminal da Gamboa por volta das 9h e começou a levar os trabalhadores. O CORREIO tentou contato com a empresa de navegação Dattoli, que opera os terminais de Valença, Morro de São Paulo, Gamboa e Boipeba para comentar o assunto, mas não foi dado retorno às ligações.

A Associação de Transporte Marítimo (Astram), que reúne empresários donos de barcos na região, informou que só poderia se manifestar sobre o assunto após as 14h desta quinta.

Os terminais na área são de responsabilidade da Agência Estadual de Regulação de Serviços Públicos de Energia, Transportes e Comunicações da Bahia (Agerba), que diz não interferir no preço da passagem dos barcos, cujo aumento foi determinado pela Astram.