Morte de miliciano: Rui diz que PM agiu dentro da lei e tem apoio do governo

Segundo governador, estado tem punido excessos policiais quando necessário

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  • Da Redação

Publicado em 17 de fevereiro de 2020 às 17:26

- Atualizado há um ano

. Crédito: Manu Dias/GOVBA

O governador Rui Costa afirmou que os policiais militares que participaram da operação que resultou na morte do miliciano Adriano da Nóbrega agiram dentro da lei e, por conta disso, têm o apoio do governo. O petista fez a afirmação à imprensa depois que o presidente Jair Bolsonaro insinuou que o caso do ex-capitão do Bope se tratou de uma execução sumária.

Ao mencionar a morte do miliciano, Rui disse que a Polícia Militar é direcionada a realizar as prisões preservando vidas, mas que um revide é esperado quando o procurado atira contra a polícia.“Não é nosso direito pedir que eles cometam suicídio e morram em operação”, ressaltou o governador.Ainda de acordo com o gestor, a Bahia pune os excessos policiais quando necessário, mas, nesse caso, não havia motivo para afastar os envolvidos. Oito dias após a morte, o corpo de Adriano, que já foi levado para o Rio de Janeiro, ainda não foi enterrado.

O governador baiano ainda fez questão de distanciar a sua gestão da corporação das operações da Polícia Militar. “Eu procurei restringir a essa temática a uma operação policial que envolve o Ministério Público. O governo não gere operações policiais e ocorrências com criminosos. Quem faz isso são os policiais”, disse.

No último sábado (15), Bolsonaro culpou a “PM da Bahia do PT” pela morte de Adriano. 

Rui pontuou que a investigação do caso não cabe à Bahia, mas ao Ministério Público do Rio de Janeiro para onde, de acordo com ele, todo material apreendido no local do ocorrido foi enviado.“Eu espero que o MP-RJ possa detalhar tudo. Se houver crimes cometidos por esses marginais [mencionados nas provas] na Bahia, que eles façam uma remessa para a Bahia apenas dos crimes cometidos no nosso estado”, afirmou Rui.O líder estadual indicou que o presidente passe a se preocupar com os problemas do país e deixe de lado as agressões aos estados e municípios. “Cuidar do país é abrir diálogo com os governadores e prefeitos. Ele fez uma sucessão de agressões a quem foi eleito pelo estados e tenta ter êxito na gestão”, comentou.

Ainda de acordo com Rui, 21 governadores do Brasil assinaram uma carta em apoio à Bahia contra o que caracterizou como ataques do presidente.

Segundo o petista, ratificaram o documento João Doria, de São Paulo, Wilson Witzel, do Rio, e Romeu Zema, de Minas Gerais.

O secretário da Segurança Pública, Maurício Barbosa, disse acreditar que a operação policial ocorreu como foi descrita pela Polícia Militar.

“Vamos elucidar o nível de participação de cada um. Se havia outros envolvidos e por que Adriano entrou na casa. Queremos concluir com as provas enviadas para o MP-RJ qual é a extensão da lavagem de dinheiro e se ele teve apoio à fuga”, afirmou.

O gestor da SSP ainda explicou que a casa onde Adriano morreu já foi entregue aos donos e parou de ser protegida pelo governo. Maurício disse que os laudos e as perícias da polícia já tinham sido realizados no momento em que curiosos e jornalistas adentraram a residência.

*Com orientação do chefe de reportagem Jorge Gauthier