Morto em atentado na Estação Pirajá tinha acabado de sair do presídio

Homem respondia por violência doméstica

Publicado em 1 de julho de 2022 às 18:36

. Crédito: Laiz Menezes/CORREIO

O pedreiro que foi assassinado na Estação Pirajá na tarde desta sexta-feira (1º) tinha acabado de deixar o sistema prisional. De acordo com informações iniciais, os criminosos tinham como alvo o ex-detento, identificado como Diego Santos de Souza, de 35 anos. A informação foi confirmada pela Polícia Militar."Ele estava com o alvará de soltura da 3ª Vara de Familia, que trata de quem responde por violência doméstica, e foi liberado hoje", disse o tenente Arnaldo Barbosa. Segundo testemunhas relataram aos policiais, dois homens entraram na Estação Pirajá a pé e foram em direção a Diego, que saiu correndo ao avistar a dupla. Durante a fuga, os criminosos começaram a atirar e, além de matar o ex-detento, feriram outras sete pessoas que passavam pelo local. Segundo o perito médico da Polícia Civil Marcos Mousinho, "foram efetuados oito disparos, e a arma não era de grosso calibre".

De acordo com a Secretaria Municipal da Saúde, entre os feridos, três homens e três mulheres foram socorridos por populares para a Unidade de Pronto-Atendimento (UPA) Pirajá/Santo Inácio. Todos estão internados na unidade de emergência e o estado de saúde é considerado estável. Há ainda uma outra vítima que foi levada para a UPA de São Caetano e liberada em seguida. Um dos atingidos trabalha como segurança pela CCR Metrô. Segundo a Polícia Civil, quatro atingidos eram dois homens de 25 e 50 anos e duas mulheres de 57 e 59. 

O caso chocou quem estava no local. "Foi do nada, achei que fosse bomba, só ouvi os gritos 'é tiro, é tiro, corre', mas eu vou correr pra onde? Não sei quantos homens foram, mas sei que foram atrás de um homem, mataram ele, mas acabaram atingindo outros sete, até um segurança ficou ferido. A gente pensa que tá seguro, rodeado de segurança, mas a gente não ta seguro nem em casa mais", disse uma testemunha que preferiu não se identificar. 

Apesar do susto, logo após o crime a estação voltou ao movimento normal, muito cheia e com uma correria atrás dos ônibus, muitos nem sabiam ainda o que tinha acabado de acontecer no local. Um dos comerciantes locais, que preferiu não se identificar, informou que tinha que continuar ali, trabalhando, e que não tinha o que fazer, não podia nem correr e abandonar a mercadoria. 

“Eu trabalho aqui desde 2020 e nunca vi isso, foi assustador, mas eu não podia correr, não tinha pra onde ir. Eu escutei mais de dez tiros. Foi uma correria muito grande, todo mundo que estava aqui na hora começou a correr e gritar, desesperadas. Depois a gente só viu o corpo no chão e as outras pessoas feridas”, relatou o vendedor ambulante. 

Outro comerciante não foi atingido por sorte, pois seu carrinho ficava exatamente onde os homens armados passaram atirando. “Eles chegaram aqui do nada, começaram a atirar e correr atrás de um homem. Eu não tinha nem muito o que fazer, como que eu ia correr com minhas mercadorias? Na hora a gente não sabe nem como andar mais, foram muitos tiros, fiquei paralisado”, contou o homem, que também não quis ter sua identidade revelada. 

O corpo de Diego será levado para o Instituto Médico Legal Nina Rodrigues, onde passará por perícia. O  local do crime também será periciado. Até o momento, ninguém foi preso.

O crime aconteceu no segundo maior terminal de Salvador, por onde, segundo a CCR, passam diariamente cerca de 110 mil pessoas.

* Com supervisão da subeditora Fernanda Varela