Mostra de cinema oferece cursos de formação para jovens negros, indígenas e quilombolas

"Olhares periféricos" é a edição especial do festival de cinema baiano que traz a periferia como potência afrofuturista, cultural e tecnológica

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  • Da Redação

Publicado em 18 de outubro de 2021 às 19:55

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: Divulgação

"MIMB Olhares Periféricos" é uma edição especial  da Mostra Itinerante de Cinemas Negros Mahomed Bamba que tem inicio no dia 25 de outubro de 2021, com 25 dias de atividades que se incorporam ao novembro negro. O festival terá uma programação diversa entre masterclasses, painéis de diálogos, oficinas, grandes debates sobre a cadeia produtiva do audiovisual e exibição de obras cinematográficas de países da diáspora. As oficinas acontecem de 25/10 a 05/11 e a mostra acontece de 30/10 a 10/11. 

Em parceria com o núcleo criativo da Globo e com as plataformas Wolo TV e VideoCamp  a edição especial "MIMB Olhares Periféricos" celebra a potencia ancestral das periferias brasileiras enquanto engrenagens tecnológicas e intelectuais, trazendo o afrofuturismo como  movimento cultural que inspira a criação de narrativas de protagonismo negro, indígena e quilombola, a partir da celebração de sua identidade, ancestralidade e histórias. 

Nesta edição especial a hospedagem das obras fica por conta da  Wolo TV, a primeira plataforma de streaming no Brasil e na América Latina com foco exclusivo para dramaturgia negra. 

Além das tradicionais mostra de filmes, este ano a MIMB lança o LAB WAWA ABA, uma proposta de imersão formativa nas dinâmicas audiovisuais para jovens negres, indígenas e quilombolas que desejam participar de uma troca sobre universo audiovisual e o processo de “pensar” a imagem. Serão oferecidas aulas sobre direção, direção de arte, direção de fotografia, produção audiovisual com celular, produção de impacto, produção criativa, roteiro e som. 

Com a proposta de trazer uma formação ampla, o concurso cultural de filmes de 1 minuto, IMPULSO CULTURAL WAWA ABA, vai integrar o LAB onde, ao final da formação os jovens irão produzir filmes com celular de até 1 minuto, submetidos a votação popular no instagram.

Entre 20 filmes selecionados pela curadoria do festival, 10 serão premiados com R $500,00 (quinhentos reais), dentre estes, dois filmes serão escolhidos pelo núcleo formativo para ganhar 1 imersão (cada) nos Estúdios Globo com tudo custeado pela emissora. Os 8 colocados seguintes serão contemplados com 1 aparelho celular (cada) em parceria com a VideoCamp. 

Com realização da produtora "Rosários Produções Artistícas", atravessando as barreiras sociais, raciais e do regionalismo que ainda estruturam a cadeia do cinema nacional e internacional, cinco realizadoras negras seguem resistindo e protagonizando a cena do cinema, da Bahia para o mundo.

Daiane Rosário, Loiá Fernandes, Kinda Rodrigues, Taís Amordivino e Júlia Moraes estão à frente de direção, produção, roteiro e programação, combatendo o  racismo que promove a invisibilidade e a falta de incentivo.