MP avalia já ter elementos para pedir prisão de Dr. Jairinho, diz coluna

Ele pode ser denunciado pela morte do enteado, Henry Borel, 4 anos

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  • Da Redação

Publicado em 2 de abril de 2021 às 15:44

- Atualizado há um ano

. Crédito: Reprodução

O Ministério Público do Rio de Janeiro avalia que tem elementos suficientes para denunciar e pedir prisão do vereador Dr. Jairinho (Solidariedade) pela morte do menino Henry Borel, de 4 anos, que era enteado do político. Henry morreu no último dia 8, no Rio, com vários ferimentos no corpo. As informações são da coluna de Guilherme Amado, da Época.

O vereador afirma que é inocente. Ele e a mulher, Monique, dizem que ela achou Henry caído desacordado ao lado da cama na madrugada. O menino foi socorrido para um hospital, mas já chegou sem vida.

Em nota, o MP-RJ diz que ainda aguarda acesso ao inquérito para analisar documentos como laudos necroscópicos, de materiais apreendidos e da simulação reproduzida, que foi feita ontem sem participação de Jairinho e Monique.

A criança era fruto de um relacionamento anterior de Monique e foi para casa dos dois naquele dia, após passar o final de semana com o pai. 

Ligação para o governador O colunista Lauro Jardim, de O Globo, revelou que Jairinho ligou para o governador do Rio, Claudio Castro, horas após a morte de Henry, para contar o que havia acontecido. A ligação aconteceu antes da história ser divulgada na imprensa.

Em nota, o governador admitiu que recebeu a ligação, dizendo que se limitou a explicar ao vereador que "o assunto seria tratado pela delegacia responsável pelo inquérito", encerrando logo depois o telefonema.

A coluna diz ainda que Jairinho tem ligado para autoridades policiais e políticas para se informar e pressionar em relação ao inquérito. 

"O governador Cláudio Castro confirma que recebeu uma ligação do vereador Doutor Jairinho horas antes de o caso envolvendo o menino Henry ganhar repercussão na mídia. No telefonema, ao saber do fato, Castro limitou-se a explicar ao vereador que o assunto seria tratado pela delegacia responsável pelo inquérito e encerrou a ligação. O governador em exercício reitera que sempre garantiu total autonomia à Polícia Civil e que não interfere em investigações", diz a nota enviada pelo Governo do Estado do Rio.

Investigação A polícia já ouviu 17 testemunhas na investigação, incluindo a mãe, padrasto, o pai, o engenheiro Leniel Borel de Almeida, e a avó de Henry, Rosângela Medeiros da Costa e Silva. Três médicas do hospital para onde o menino foi levado, vizinhos, a babá, a professora, a psicóloga e duas ex-namoradas de Jairinho também prestaram depoimento, entre outros.

A psicóloga que acompanhava Henry desde fevereiro foi a última a ser ouvida até agora. Ela contou que Monique a procurou relatando que o filho não queria ficar na sua casa e parecia ter dificuldades para se adaptar à separação dos pais. Ela fez cinco consultar com Henry, que segundo a profissional mostrava ter afeto pelos avós maternos e só falou de Jairinho uma vez, no último encontro.

Monique reclamou para a psicóloga também que o filho não queria mais ir para a escola, depois de 20 dias de aula. A professora do garoto foi ouvida também pela polícia, mas disse não ter notado nenhuma anormalidade na criança. 

Na referência ao padastro, Henry disse apenas que morava com "um tio" na sua casa. Questionado, ele afirmou que era "Tio Jairinho", mas não deu sinais de ter medo do padrasto. Em seguida, disse que sentia saudades do pai.

Material apreendido Na semana passada, 11 celulares e laptops de Monique, Jairinho e Leniel foram apreendidos pela polícia. Um dos aparelhos do casal teve mensagens de um aplicativo apagadas e agora peritos tentam recuperar. 

Segundo o telejornal "RJ2", da TV Globo, uma análise preliminar nos aparelhos apontou que as mensagens foram apagadas em um dos celulares apreendidos que estavam na casa de Jairinho. Na casa de Monique, quatro celulares foram confiscados e, em ao menos um deles, também tem diversos diálogos suprimidos.

"Se apagaram ou não, não tenho essa informação. (...) Não conheço essa informação. E também não estranharia se apagasse porque é comum as pessoas apagarem as mensagens dos celulares. Eu, por exemplo, apago", disse o advogado André França Barreto, que representa o casal.

Depois da apreensão, na sexta, Barreto disse que Monique notou que o celular tinha sido invadido por um hacker e tentou registrar a ocorrência na Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática, mas por não conseguir fez o BO na Delegacia de Polícia da Barra da Tijuca.