MP denuncia líder religioso da Bahia por estupro e violência sexual mediante fraude

A ajudante do líder religioso também foi denunciada por auxiliar a persuadir as vítimas

  • D
  • Da Redação

Publicado em 5 de julho de 2022 às 11:32

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: Reprodução

O líder religioso Claudimilson Ferreira Rodrigues, conhecimento “Pai Café”, foi denunciado na última segunda-feira (4), no município de Barra, pelos crimes de estupro de vulnerável contra uma vítima e violência sexual mediante fraude contra cinco vítimas. Ajudante do líder religioso, Mônica Barbosa dos Santos também foi denunciada por auxiliar a persuadir as vítimas.

Segundo o promotor de Justiça Romeu Coelho Filho, autor da denúncia, Claudimilson, com o auxílio de Mônica, “prevalecendo-se da sua condição superior hierárquico de líder religioso, passou a utilizar da religião para aplicar fraudes sexuais em adolescentes e mulheres que frequentavam a instituição religiosa”. O promotor pede à Justiça que seja mantida a prisão preventiva dos dois denunciados, que já estão detidos. 

De acordo com a denúncia, o líder religioso utilizava os trabalhos espirituais como pretexto para cometer crimes sexuais. Entre 2017 e 2022, Claudimilson praticou os delitos contra cinco vítimas, sendo uma delas menor de 14 anos à época. O promotor aponta, ainda, que Mônica Barbosa dos Santos, que se intitulava como “âncora” ou “mãe pequena”, tinha conhecimento sobre os abusos sexuais cometidos pelo líder religioso e o auxiliava a “ludibriar as vítimas com as promessas espirituais e ameaças sobrenaturais”.

Entenda o caso Claudemilson foi preso em maio deste ano. Na ocasião, o delegado Jenivaldo Rodrigues, titular da Delegacia Territorial de Barra,  informou que o homem se utilizava da prática espiritual, passando-se por pai de santo, e usando nomes de entidades para cometer os abusos sexuais contra as vítimas, que, na maioria dos casos, eram virgens.

"Para manter as meninas presas à rotina, o suposto líder espiritual dizia que realizava esses trabalhos para que elas evoluíssem espiritualmente”, disse o delegado. A casa onde eram realizados os crimes fica situada em local ermo e afastado da cidade, favorecendo assim, a prática desses crimes, sem que levantasse qualquer tipo de suspeita. A identidade do suspeito não foi revelada.

Ainda de acordo com o titular, as adolescentes eram atendidas individualmente dentro de um quarto, onde tinham seus olhos vendados e tinham que tirar peças de roupas para ficar nuas, por determinação dele. “Conforme investigamos, os crimes ocorrem há cerca de quatro anos e mais de 30 vítimas sofreram os abusos. Solicitamos que quem frequentava o local procure a DT para realizar a denúncia”, explicou o delegado.

O homem foi encaminhado para a DT, onde teve o mandado de prisão por abuso sexual mediante fraude cumprido, ficando à disposição do Judiciário. As adolescentes estão sendo ouvidas na unidade.

Pouco mais de um mês depois da prisão de Claudemilson, Mônica foi presa acusada de ser o braço direito do falso líder religioso. Ela teve mandado de prisão cumprido no dia 28 de junho e vai responder como cúmplice do estuprador, segundo a polícia. “Durante as investigações, ficou evidente a participação dela no crime. Ela era responsável por receber as meninas e as encaminhava para os quartos Ela que informava que, quando o homem tocasse os instrumentos, elas teriam que tirar as roupas”, disse o titular da delegacia da cidade, Jenivaldo Rodrigues. 

“Ela responderá como coautora dos crimes de abuso sexual mediante fraude e estupro”, acrescentou o delegado. O falso líder religioso Claudemir Ferreira Rodrigues foi preso em maio e segue à disposição da Justiça no sistema prisional de Barreiras.