Muito além do álcool gel: especialistas dão dicas de como evitar coronavírus

Fugir de aglomerações é essencial, mas se for pegar ônibus cheio, corra dos refrigerados, onde vírus circula por mais tempo

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  • Gabriel Moura

Publicado em 13 de março de 2020 às 08:00

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: Mauro Akin Nassor/Arquivo CORREIO

O aumento de casos do coronavírus no Brasil já é considerado inevitável por especialistas. O objetivo é tentar evitar efeitos mais danosos no sistema de saúde e proteger pessoas pertencentes aos grupos de risco, principalmente idosos e pessoas com baixa imunidade.

O CORREIO ouviu a médica Andréa Monteiro de Amorim, doutora em Saúde Pública e professora da UniFTC, e o pneumologista e professor da Escola Bahiana de Medicina Almerio Machado Júnior, que deram dicas de como prevenir a doença, que vão além de lavar as mãos e usar álcool gel. O CORREIO fez um guia para você passar imune ao vírus.  Mantenham-se longe de aglomerações “O vírus passa por vias aéreas, através de gotículas. Então, ele pode estar em qualquer lugar com pessoas. Mesmo falando, pode existir o contágio. Então, as pessoas, se possível, devem se manter afastadas uma das outras”, explica Almerio Machado. Fique hidratado e bem alimentado “Não tem alimento mágico que coloque seu sistema imunológico lá em cima. Não adianta, de uma hora para a outra, começar a chupar laranja por causa da vitamina C, que não vai ter nenhum efeito. Por isso, o ideal é beber bastante água e manter uma dieta equilibrada com todos os nutrientes possíveis”, detalha Andréa Monteiro de Amorim. Passe calor no ônibus Mesmo desejando os novos ônibus com ar-condicionado, o melhor é manter a janela aberta para evitar a concentração do vírus. “Quando o coletivo é refrigerado, o vírus acaba circulando no ar por mais tempo, pois as janelas ficam fechadas e não há ventilação. Isso aumenta o risco”, conta Almerio Machado. Passe calor em casa e no trabalho também O conselho de desligar o ar-condicionado também vale para casa e o trabalho. Abra as janelas e bote o ar para circular.  Máscara? Só de Carnaval Solução bastante procurada, a máscara, em alguns casos, pode piorar a situação. O equipamento deve ser utilizado apenas por pessoas em grupos de risco ou profissionais de saúde. “Se um jovem saudável começar a usá-la, as chances dele se contaminar aumentam, pois ele começa a levar a mão ao rosto para ajustar a máscara e isso coloca regiões sensíveis, como o nariz e olho, em contato com as mãos, o que facilita o contágio”, revela Almerio Machado. Fale sem tocar O brasileiro tem como cultura cumprimentar os amigos apertando a mão e dando um - ou até dois - beijinhos no rosto. Esse hábito facilita muito o contágio. Então, a recomendação dos médicos é evitar contato físico. “É bom, se possível, dar só um ‘oi’ de longe, sem muita aproximação”, aconselha Andréa Monteiro.  Barras estão canceladas Se a Barra, ponto turístico de Salvador, não é um bom local para um rolê devido à aglomeração popular, as barras de ônibus e qualquer tipo de corrimão também não são uma boa pedida. Lugares onde todo mundo passa a mão podem acumular o vírus com facilidade.  Esqueça a ‘bença’ do vô Nada de 'pedir a bença' ao avô, avó ou qualquer pessoa. “Mesmo que não tenha nenhum sintoma aparente, ao chegar da rua você carrega diversas substâncias. Então, se tiver algum idoso ou pessoa em grupo de risco na sua casa, não fale com ele até tomar um banho e trocar de roupa”, conta Andréa Monteiro. Fique de olho nos colegas Se você não conseguir se manter longe das zonas críticas, o jeito é abrir os dois olhos e ficar sempre atento a quem está ao seu lado e começar a monitorar os movimentos. Ao menor sinal de tosse ou espirro, já dê dois passos para trás. “Sempre veja onde a pessoa com os sintomas está tocando para ficar longe dali”, diz Andréa. Segure sua onda De todos os lugares perigosos, o hospital talvez seja o mais crítico pois, além de ser fechado com ar-condicionado, aglomera diversos tipos de doença. É para lá onde quem está com suspeita do vírus também vai. Então, só vá lá em último caso (ou em primeiro, caso seus sintomas sejam do coronavírus).  Mesmo bem, fique de olho Ter um sistema imunológico alto não impede você de contrair o vírus, apenas faz com que os efeitos sejam minimizados. Isso pode parecer excelente no primeiro momento, mas requer atenção dobrada, pois há a possibilidade de contrair a doença e não apresentar os sintomas. Desta maneira você pode acabar contaminando outras pessoas sem saber. Por isso é importante que todos sigam as medidas de segurança, ainda que estejam aparentemente bem. Tussa direito E se, na pior das hipóteses, você começar a apresentar os sintomas, pense nas pessoas próximas e evite sair ou, caso realmente precise ir na rua, use máscara e espirre/tussa direito, colocando o braço na frente para evitar que o vírus ocupe o ar ao redor.