Na arte, cada homem é o seu nome - e sua reputação...

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  • Cesar Romero

Publicado em 17 de dezembro de 2018 às 05:00

- Atualizado há um ano

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Difícil em arte estabelecer preços para obras de artistas. Observa-se uma completa tonteiria neste aspecto. Artistas emergentes, que ainda não fizeram uma individual, não tem fortuna crítica e as premiações são em salões simplórios, com frágeis concorrentes e um júri por vezes questionável, cobram preços bem mais altos que os consagrados, de carreira sólida, registrados em dicionários, com estudos críticos criteriosos, documentários e fama nacional. Alguns exemplos: Antonio Maia, Carlos Scliar, José Maria de Souza, Lênio Braga, Enrico Bianco, Walter Lewy, Sonia Ebling, Mario Zanini, Lothar Charoux, Fulvio Pennacchi, Nicolas Vlavianos, Tito de Alencastro, Noemia Mourão, Emeric Marcier, Aluísio Carvão (foto), Francisco Stockinger, Cleber Gouveia, Aldir Mendes de Souza, Renina Katz, Heitor dos Prazeres, Lóio Pérsio, Chanina, e tantos outros.

Nota-se que estes nomes citados êem história e trabalho, todos com preços subavaliados. Uma clara injustiça. A nenhum destes houve escassez de talento, reconhecimento nacional e produção cuidadosa. Todos estão em museus, alguns referências de movimentos, outros professores de grandes instituições de ensino com farto material para estudos, deixando um legado teórico, matérico, fantástico para estas e outras gerações. Nomes de citação obrigatória.

Parece ficar assim, o artista emergente, sem experiência de carreira, deslumbrado, coloca o preço que quer, então compra quem gosta e tem dinheiro para pagar. É certo que é um bom investimento apostar em artistas jovens, com preços justos, acessíveis, que com a chancela do tempo se tornem referência e justifiquem o investimento.

A grande maioria destes jovens deslumbrados acha que preço é status e qualidade, mas não podem em nenhuma hipótese adquirir seu próprio trabalho. Muitas vezes, o comprador leva para casa um engano. Como hoje “todo mundo é artista” a oferta de cópias é grande e termina por até desacreditar o comprador, quanto a seu gosto e conhecimento. Sua casa, seu apartamento pode ter móveis, objetos de extremado bom gosto, mas são as obras de arte que na realidade traduzem o dono.

Arte é coisa séria, não se presta a devaneios narcísicos ou busca de status ou “mentiras virtuosas”. Há um longo caminho a trilhar, pesquisar, para que se tenha como retorno o merecido reconhecimento. Arte é um trabalho como outro qualquer, apenas o artista equaciona produtos sensíveis. O artista é um fazedor de ilusões, para dar um sentido a sua própria vida. Quem busca enganar com a arte, certamente pagará um preço pesado na reputação. Cada homem é o seu nome.