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Bruno Wendel
Publicado em 12 de julho de 2019 às 13:44
- Atualizado há 2 anos
Marca de sangue em local onde pintor foi morto e companheira esfaqueada (Foto: Marina Silva/CORREIO) Principal suspeito de matar o próprio pai, na madrugada desta sexta-feira (12), no bairro de São Caetano, em Salvador, José Henrique Santos Cena, 19 anos, alegou legítima defesa quando os policiais chegaram para prendê-lo.>
“Ele disse: ‘eu não sei o que fiz. Meu pai tentou me enforcar e eu me defendi’. Mas a polícia descobriu logo a mentira”, contou ao CORREIO uma vizinha da vítima, que acompanhou o momento em que José Henrique era colocado dentro de uma guarnição da Polícia Militar. >
Além de ser acusado de matar o próprio pai, o pintor de construção civil José Barbosa de Cena, 61, José Henrique, que é usuário de drogas, teria tentado matar também a madrasta Rosana Aelo Sousa, 55, que foi golpeada na cabeça.>
Ela foi socorrida ao Hospital Geral do Estado (HGE) e, no trajeto, contou que acordou com os gritos do marido sendo atacado pelo filho. Segundo a polícia, foram quatro golpes de arma branca, sendo três nas costas e um na clavícula. >
Rosana relatou ainda que o motivo dos ataques seria uma discussão que pai e filho tiveram horas antes pelo fato de José Barbosa ter negado dinheiro para o acusado comprar drogas.>
Em nota, a Polícia Civil informou que “o homem acusado de cometer o crime foi conduzido para o Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), onde está sendo ouvido” na tarde desta sexta.>
Ataque O crime aconteceu por volta das 3h, na Rua Nestor Duarte. Quando escutou os gritos de Rosana, a vizinha acreditava que um ladrão havia invadido a casa de número 137. Mas ao entrar no imóvel, ela ficou horrorizada.“Nunca vou esquecer aquela cena. Ele já estava morto, todo ensanguentado. Ele não merecia um fim desse. O filho não trabalhava e, mesmo assim, ele dava tudo”, contou ao CORREIO. A mulher disse que, mesmo ferida e abalada, Rosana relatava o que havia acontecido. “Disse que ela e o marido dormiam quando foram atacados pelo rapaz. Primeiro ele aplicou os golpes no pai. Depois, quando tentou matar também a madrasta, o pai ainda segurou a mão e foi novamente atacado. Quando (José Henrique) caiu em si, na besteira que fez, o pai já estava morto e ele começou a gritar para ligarem para o Samu”, continuou a vizinha.>
Para ela, a morte de José Barbosa é algo que dificilmente irá esquecer. “Vê-lo coberto de sangue, uma pessoa do bem, tranquila, que nunca teve problema com ninguém aqui, sempre prestativo... Ele era o meu melhor vizinho. O que mais dói é saber que quem fez isso foi o próprio o filho”, concluiu. >
Pintor Na manhã desta sexta (12), colegas de José Barbosa estiveram na casa da vítima. Logo cedo, foram informados da tragédia e tentavam obter mais informações. Um deles foi o também pintor Rubens Ramos. “Não acreditamos e decidimos vir aqui. Ele trabalhava na empresa há mais de dois anos, inclusive foi quem me treinou. Sou muito grato a ele por tudo que aprendi. Estamos arrasados”, comentou. José Barbosa trabalhava numa obra na Estrada Velha do Aeroporto. >
Ele morava em São Caetano há mais de 10 anos com Rosana. O filho estava antes com a mãe, no município de Saúde, Centro Norte do estado, e passou a residir com o pai e a madrasta há dois anos. Ainda não há informações sobre o enterro da vítima. >
PM Em relação ao crime, a Polícia Militar informou que “policiais militares da 9ª CIPM foram acionados pelo Cicom com informações de que havia o corpo de um homem atingido por arma branca, no interior de uma residência situada na Rua Nestor Duarte, no bairro de São Caetano.">
Ainda segundo a corporação, no local, após constatar o fato, policiais militares fizeram o isolamento da área e solicitaram os agentes do Departamento de Polícia Técnica (DPT) para remoção. "A guarnição foi informada por familiares que a vítima foi atingida pelo próprio filho, que foi preso em flagrante e encaminhado para ao Departamento de Homicídio e Proteção à Pessoa (DHPP), para a adoção das medidas cabíveis”, conclui o comunicado.>