'Não tenho dúvidas de que Dr. Jairinho é culpado', diz pai do menino Henry

Vereador teria dito ao pai: 'Vida que segue. Faz outro filho'

Publicado em 3 de abril de 2021 às 16:37

- Atualizado há um ano

. Crédito: Reprodução

O engenheiro Leniel Borel, pai do menino Henry, acredita que o filho foi morto pelo padstro, o vereador Jairo Souza Santos Júnior, o Dr. Jairinho. Ele afirma "não ter dúvidas" da culpa do político no caso.

 “Não tenho dúvidas de que Dr. Jairinho é culpado. Naquela noite no hospital, ele ficava junto aos médicos que tentaram salvar o Henry o tempo todo. A princípio, eu achava que era porque também era médico, mas agora percebo que era para acobertar o que realmente aconteceu”, disse Leniel, em entrevista à revista Veja.

Ainda no hospital onde a morte da criança foi confirmada, Dr. Jairinho teria dito a Leniel que a "vida seguia". "Ele é muito frio. Assim que foi decretado o óbito do meu filho, Dr. Jairinho chegou perto de mim e, na frente de uma pessoa da igreja que frequento e de uma amiga minha, disse: 'Vamos virar essa página, vida que segue. Faz outro filho'”, relembra. O garoto morreu em 8 de março no Rio, em circunstâncias ainda investigadas.

O pai de Henry diz que não acredita na versão que a ex-mulher, Monique Medeiros da Costa e Silva, e Dr. Jairinho contaram. “Tenho certeza de que não é o que estão dizendo. Como uma criança saudável teria tantas lesões graves só de cair da cama?”, questiona. 

Leniel diz que o filho "tinha horror ao tio Jairinho", como o menino chamava o padrasto. “Suspeito de que aquela cena do quarto do casal, onde teria sido achado caído, foi armada. Meu filho tinha horror e não ficaria na cama dele. Ele dormia no seu quarto, onde tinha uma caminha que acabei de comprar e foi entregue lá. Deixei o meu filho perfeito naquela noite e horas depois ele estava morto, inchado, num hospital. E ainda queriam que eu achasse isso completamente normal”, diz o pai.

À revista, o engenheiro diz que estranhou o fato de ao levar Henry para o hospital, no carro, ser Monique quem fazia manobras para tentar ressuscitar a criança, e não Jairinho, que é formado em medicina. Também disse que a ex-mulher o pressionou para acelerar o enterro de Henry e queria que ele fosse sepultado em caixão fechado. Para ele, a ex-mulher, que vive com Jairinho há três meses, pode estar sendo pressionada para defender o namorado. "Desde o sepultamento, a família não fala comigo. Não sei se estão sofrendo pressão ou ameaça", disse, sobre Monique e a família.

Depois que o crime foi noticiado, Leniel foi procurado por uma ex-namorada e uma mulher que trabalhou para o vereador, que fizeram relatos de agressões a outras crianças. 

O engenheiro diz que seu advogado vai entrar com petição na segunda (5) pedindo para que Leniel seja ouvido novamente pela 16ª Delegacia, que investiga o caso.