No Dois de Julho, Rui evita política e enaltece tradição da festa

Governador participou do cortejo nesta segunda

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  • Carol Aquino

Publicado em 2 de julho de 2018 às 13:00

- Atualizado há um ano

. Crédito: Secom Governo do Estado/ Divulgação

Mesmo em ano eleitoral, o governador Rui Costa (PT) evitou falar sobre a sucessão estadual durante o cortejo do Dois de Julho, considerado um termômetro de popularidade para os políticos do estado. Rui preferiu enaltecer a tradição de uma das datas mais festejadas na Bahia e se esquivou quando questionado sobre política. 

“A repercussão de eleição é nula. É um evento político porque a data é simbólica, histórica, e não porque se mova pelo calendário eleitoral. Essa festa tem um cunho cívico, histórico, porque o povo baiano tem muito orgulho de ter concluído a independência do Brasil na batalha do Dois de Julho. São 7h30, dia de jogo do Brasil, as ruas estão lotadas desse jeito é sinal da paixão do povo pela nossa história”, pontuou o petista. 

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Como o dia de 2 de julho é também dia de protesto, o governador se deparou com faixas lhe fazendo pedidos ou críticas. Funcionários públicos pontuavam Rui como um gestor dos que mais promoveram arrocho salarial, enquanto as centrais sindicais pediam empenho do governador na luta pela reabertura da Fábrica de Fertilizantes Nitrogenados da Bahia (Fafen). Já a Academia de Ciências da Bahia foi às ruas para pedir mais investimento em ciência e tecnologia.

Evitando emitir opiniões sobre assuntos que não fossem relacionado à data histórica, o governador foi lacônico nas suas respostas. Quando questionado inclusive sobre o manifesto da Academia de Ciências da Bahia, assinado pelas quatro universidades estaduais, se limitou a responder: “É natural todo mundo reivindicar”, disse. 

No ano passado, conforme revelado pelo CORREIO, a Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação cortou pela metade as verbas destinadas à Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado da Bahia (Fapesb), mesmo o valor do repasse sendo estabelecido por lei. A economia de palavras  do governador veio até mesmo diante de questionamentos a respeito da segurança pública, um dos principais pontos sensíveis do estado. Ele se limitou a dizer que “no debate da eleição, vamos enfrentar este tema. Depois a gente conversa sobre essa questão. Aqui não dá”. 

Candidatos à presidência Já no quesito eleição, o governador disse que ainda não tem candidato a presidente e insistiu no nome do ex-presidente Lula, que cumpre pena em Curitiba. “Vamos aguardar para ver o que vai acontecer. Se depender de mim, o candidato é Lula”. 

Quando questionado sobre uma possível aliança com Ciro, candidato mais identificado com as legendas de esquerda e também presente no Dois de Julho, Rui disse que não há definições. “Nos encontramos ali rapidamente, se tivermos oportunidade vamos conversar, mas não tem nada marcado, nada definido”, afirmou. 

Por outro lado, Ciro também evitou marcar posições e não respondeu ao questionamento a respeito de quem pretende acompanhar na corrida de 2018 na Bahia, se o governador ou o prefeito ACM Neto (DEM), as duas maiores lideranças políticas do Estado. 

Ala de Rui Ao lado do governador, marcharam secretários, deputados e lideranças políticas. O pré-candidato ao Senado Ângelo Coronel (PSD), presidente da Assembleia Legislativa da Bahia (Alba), estava colado no governador e até levou torcida uniformizada. Ponto polêmico da chapa, a candidatura de Coronel foi até mesmo alvo de reclamação de uma senhora que passou para cumprimentar Rui. 

“Governador, tem que ter uma mulher na sua chapa. Tem que tirar Coronel e botar Lídice (da Mata, atual senadora)”, disse a mulher. Rui, como de costume, só sorriu. “É natural, cada um tem as suas preferências. Chapa é que nem uma seleção, cada um tem um time ideal, mas no fim só tem espaço para um”, comentou sobre a exclusão da atual senadora das eleições majoritárias. 

O outro candidato ao Senado, o ex-governador Jaques Wagner (PT), seguiu separado do governador, um pouco mais à frente da comitiva. Talvez pela tranquilidade de quem já é um rosto conhecido pela maioria dos baianos e de sua natural ligação com o gestor, ele preferiu seguir tranquilo, andando longe do empurra-empurra e da confusão.

Durante o caminho, o governador foi só sorrisos. Fez questão de atender a todos os que se aproximavam para cumprimentá-lo, pra dar um abraço ou tirar uma selfie. Até pétalas de rosas de uma militante chegou a Rui. "É sempre bom estar junto à população", comentou. 

Quando questionado se a recepção tranquila - sem vaias ou aplausos efusivos - era termômetro de popularidade ou de um bom sinal para a  campanha eleitoral, Rui foi modesto. “Tranquilo não estou, tem que trabalhar”, disse o gestor, que seguiu acompanhado de deputados, como José Neto (PT), Robinson Almeida (PT), Jorge Solla (PT), Bira Coroa (PT), e os secretários Fábio Villas Boas e Nestor Duarte.