Receba por email.
Cadastre-se e receba grátis as principais notícias do Correio.
Editorial do jornal rebateu as declarações do presidente sobre a vacinação de crianças contra a covid-19
Da Redação
Publicado em 6 de janeiro de 2022 às 21:14
- Atualizado há um ano
Durante a edição do Jornal Nacional desta quinta-feira (6), os apresentadores William Bonner e Renata Vasconcellos rebateram e criticaram as recentes declarações do presidente Jair Bolsonaro sobre a vacinação de crianças contra a covid-19.
No último mês de dezembro, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) autorizou a aplicação das vacinas no público de 5 a 11, mas tem sido atacada pelo governo Bolsonaro, que é contrário à vacinação desta faixa etária e tenta criar mecanismos para dificultar a aplicação, como a necessidade de apresentação de uma prescrição médica.
No JN, Bonner começou o editorial dizendo que as declarações do presidente, minimizando as mortes de crianças pela doença, "afrontam a verdade e desrespeitam o luto de milhares de brasileiros, parentes e amigos das mais de 300 vítimas de 5 a 11 anos."
"O presidente também desrespeita todos os técnicos da Agência Nacional de Vigilância Sanitária ao questionar qual seria o interesse do órgão com autorização da vacinação de crianças. O interesse da Anvisa está expresso na lei que a criou: Coordenar o Sistema Nacional de Vigilância Sanitária em defesa da saúde da população", afirmou o âncora.
"O quarto artigo da lei determina que a agência atue como entidades administrativa independente e que as prerrogativas necessárias ao exercício adequado de suas atribuições sejam asseguradas. Não é isso que o presidente tem feito, ao ameaçar divulgar nomes de integrantes da Anvisa que aprovaram a vacinação infantil e agora o questionar a lisura do órgão", disse.
Renata Vasconcellos deu sequencia ao editorial: "As declarações do presidente Jair Bolsonaro contrastam com aquilo que prevê o artigo 196 da Constituição que ele jurou respeitar. A saúde é direito de todos os cidadãos e dever do estado. O governo Bolsonaro retardou a decisão sobre as vacinas para crianças desde o dia 16 de dezembro. (Bolsonaro) convocou uma consulta pública, mas remédios não podem ser aprovados por público leigo e sim por cientistas. Em razão dessa demora as famílias brasileiras ainda tem que aguardar ao menos mais sete dias até a chegada das primeiras doses pediátricas e como se não bastasse, hoje, ele insistiu em atacar as vacinas".
Bonner concluiu dizendo que "o presidente Jair Bolsonaro é o responsável pelo que diz pelo que faz. Espera-se que venha também ser responsável por todas as consequências daquilo que faz e diz".