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Nove pessoas morrem pisoteadas em baile funk em São Paulo

Vítimas ainda não foram identificadas

  • D
  • Da Redação

Publicado em 1 de dezembro de 2019 às 13:23

 - Atualizado há 2 anos

Nove pessoas morreram pisoteadas e sete ficaram feridas após um tumulto em um baile funk na comunidade de Paraisópolis, zona sul de São Paulo, na madrugada de domingo (1º). A confusão começou quando Policiais militares que perseguiam dois suspeitos em uma motocicleta entraram no local onde ocorria a festa, com cerca de cinco mil pessoas. As identidades das vítimas - uma mulher, sete homens e um adolescente de 14 anos - ainda não foram divulgadas.   Ainda segundo a versão oficial da polícia, não houve disparo de arma de fogo pelos policiais. Segundo a corporação, havia seis motocicletas da PM estacionadas na altura da Avenida Hebe Camargo, na zona sul, para reforçar o patrulhamento da região por causa do baile funk. Por volta das cinco horas da manhã, passou pelo local outra moto com dois suspeitos disparando contra os agentes de segurança. De acordo com o registro policial, a dupla fugiu em direção a Paraisópolis e os policiais perseguiram os suspeitos.

O tumulto teve início ao chegar na comunidade, afirmaram os policiais, quando os suspeitos se esconderam na multidão e provocaram pânico nos participantes da festa, que tropeçaram e se machucaram gravemente. Os agentes de segurança dizem ter sido atacados por garrafas e pedras e pediram reforço da Força Tática para deixar o local.

A corporação admite ter usado munição química e balas de borracha durante a confusão. À TV Globo, a mãe de uma das vítimas afirma que teria havido uma emboscada da polícia e violência por parte dos PMs contra moradores. Nas redes sociais, também circulam vídeos de supostas agressões cometidas por agentes de segurança, mas não há confirmação sobre a data e local exatos das gravações.

"Eles usaram as pessoas como escudos humanos para tentar impedir a ação da polícia. As pessoas foram na direção (dos policiais) arremessando pedras e garrafas. Houve a necessidade de munição química. Foram quatro granadas, duas de efeito moral e duas de gás lacrimogêneo, além de oito disparos de bala de borracha para dispersar as pessoas que estavam no local colocando a vida dos policiais e dos frequentadores", disse o porta-voz da PM, o tenente-coronel Emerson Massera.

Ao todo, 38 policiais participaram da ação. "Não houve tentativa de dispersar toda aquela multidão, tanto que o baile permaneceu até 10 horas. (As pessoas) não foram encurraladas, não havia objetivo de encurralar. Uma pessoa tropeçou e caiu. Outras estavam tentando sair e pisotearam", completou.

Ainda segundo o porta-voz da PM, a investigação deve apontar se houve falhas na ação. Segundo ele, vídeos reunidos pela corporação ainda serão analisados, durante o inquérito policial-militar, para apontar se as gravações realmente se referem a esse baile funk e se houve excesso. Algumas imagens, de acordo com Massera, "sugerem abusos e ação desproporcional por parte da polícia", mas ainda não é possível apontar responsabilidades. "O rigor na apuração vai responsabilizar quem cometeu algum excesso, quem cometeu algum abuso", afirmou.

Mortes serão investigadas A Polícia Civil e a Ouvidoria das Polícias do Estado de São Paulo informaram que também vão apurar as circunstâncias dessas mortes. O ouvidor das polícias, Benedito Mariano, disse ao Estado que entrou em contato com a Corregedor da PM neste domingo e pediu que a apuração da polícia seja conduzida por esse órgão. 

O 89º DP (Pontal do Morumbi), que abrange Paraisópolis e outros bairros da região, registrou sete homicídios dolosos (intencionais) de janeiro a outubro, além de nove casos de tentativa de homicídio doloso. No começo de novembro, a favela foi alvo de uma megaoperação da PM após a morte de um sargento. 

Em uma rede social, o governador Joao Doria (PSDB) lamentou o ocorrido e falou que o caso será investigado.  "Lamento profundamente as mortes ocorridas no baile funk em Paraisópolis nesta noite. Determinei ao Secretário de Segurança Pública, General Campos, apuração rigorosa dos fatos para esclarecer quais foram as circunstâncias e responsabilidades deste triste episódio", disse o prefeito.

A Secretaria Municipal da Saúde, por meio da Autarquia Hospitalar Municipal, informou que 10 pessoas, que estavam nesta ocorrência, deram entrada na Unidade de Pronto Atendimento e no Pronto Socorro do Hospital do Campo Limpo. Uma permanece sendo atendida.