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Da Redação
Publicado em 15 de abril de 2020 às 04:59
- Atualizado há 2 anos
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Não somos animais de plástico, feitos de joias, adornos e vestuário, que nos diferenciam. Somos feitos de carne! Não serão os muros sociais, que protegem alguns em detrimento de outros, que farão a diferença. Não há fronteiras, não há pílula mágica. A única solução é redescobrimos a “nossa humanidade”.>
Somos todos mortais, igualitariamente sujeitos a um invisível vírus. Somos atingidos pelos mesmos medos, solidão e ansiedade. Sem fronteiras, sem vistos no passaporte, sem “primeira classe” que nos salve.>
O vírus é um democrata por vocação. Não distingue raça, cor, credo, renda, sexo ou orientação sexual. Não tem cidadania, ele é “do mundo”! Não é um castigo nem presente... ele se revelará à medida da nossa capacidade de lidar com ele. É uma esfinge que, se não a decifrarmos como nação, irá nos devorar.>
O corona nos mostra que estamos todos ligados como espécie. Que somos um bando só, o bando da humanidade!>
Nenhuma dificuldade trazida pela Covid-19 será maior do que o desejo de todos em vencê-la. Ela nos expôs, diante de um espelho duro, com o qual precisamos reconhecer defeitos que nos trouxeram até essa estrutura mundial que chamamos de sociedade civilizada.>
Muitos profissionais da saúde, cientistas, faxineiros, motoristas de caminhão, trabalhadores de companhia de água, luz, telefonia, imprensa trabalharão com febre. Porque a vontade de acolher, curar, produzir e iluminar tem temperatura sempre superior do que qualquer termômetro possa registrar. Isso nos aquece.>
Muitos perderão o paladar, mas não o sabor pela realização.Ficarão sem tempo pra cuidar das próprias famílias, porque neste momento é mais importante cuidar de TODAS as famílias. >
Criarão conteúdo para entreter a população com a disponibilização de informação séria e confiável. Mas estarão sem tempo para sentar, mesmo que online, com os amigos.>
Terão tarefas nada fáceis e abrirão mão de colocar o filho pra dormir, de ligar para os pais, de sentar pra jantar, até de terminar de escovar os dentes, mesmo acreditando que no futuro não faltarão motivos para sorrir.>
Esse, pra mim, é o primeiro passo para a cura. Perceber o valor de cada sacrifício de quem acreditar no valor de cada vida. Essa distância física nos trouxe mais próximos da nossa essência humana: a empatia>
A cura que podemos descobrir como espécie não é só para a Covid-19, mas para a humanidade! Que possamos descobrir novas formas de interagir e coexistir. >
Espero que o coronavírus passe de doença à vacina do que nos torna desumanos.>
Simone Beatriz Sánchez Varella é mãe, filha, esposa e comunicóloga>