'Novo Marcola': Chefão do PCC é internado em estado gravíssimo de covid-19

Diabético e hipertenso, Décio Português está presente em diversos grupos de risco

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  • Da Redação

Publicado em 12 de junho de 2020 às 08:28

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: Divulgação / Polícia Civil

Apontado como o substituto de Marcola no comando do Primeiro Comando da Capital (PCC), Décio Gouveia Luiz, 53, o Décio Português ou Decinho, está entubado, em estado de saúde gravíssimo, na Santa Casa de Presidente Venceslau, no interior de São Paulo.

Segundo o Uol, autoridades veem o estado de saúde de integrantes da cúpula da facção criminosa com cautela, isso porque as condições daqueles que estão presos podem surtir efeito em ações do grupo criminoso nas ruas do estado e do país. Setores de inteligência já monitoram possíveis movimentações nesse sentido.

Décio Português foi preso em agosto do ano passado em uma casa de luxo em Arraial do Cabo, na Região dos Lagos, no Rio de Janeiro. Advogados dele pediram à Justiça a prisão domiciliar do preso porque ele é de grupo de risco de covid-19, já que é portador de diabetes, hepatite, hipertensão, problemas cardíacos, trombose e câncer de pele.

A Justiça ainda não analisou o caso, mas pediu informações sobre o quadro clínico de Décio Português à SAP (Secretaria da Administração Penitenciária).

A pasta informou, por meio de relatório médico, que o preso vem recebendo tratamento médico adequado desde que chegou à unidade, em 28 de agosto de 2019.

Décio Português Décio Português já ficou um período preso com Marcola e era visto como seu "braço direito" na zona leste de São Paulo. A região é tida como importante para o PCC, por abrigar chefes da facção e por ter grandes bairros lucrativos na venda de drogas.

Investigação da Promotoria, por exemplo, identificou que a facção lucrava cerca de R$ 3 milhões por mês em 35 locais de venda de drogas da região.

O criminoso foi alvo de escutas telefônicas feitas pela Polícia Civil de São Paulo, mas nada foi encontrado, porque utilizava apenas mensagens criptografadas para se comunicar.

Policiais também o acompanharam e documentaram seus passos, com fotografias em locais como um bar e um campo de futebol de várzea antes de ser preso no ano passado.

Ao notar que era observado, Décio Português saiu de São Paulo. Foi para o Rio de Janeiro, onde passou a usar o nome falso de Lucas de Souza Oliveira e ter grande cobertura de segurança da cúpula do PCC.

Em 14 de agosto, foi preso. No celular dele havia uma foto com o brasão do cartel mexicano de Sinaloa, criado na década de 1980 por Joaquín Guzmán Loera, o El Chapo.