Número de startups mais que dobra no Brasil no prazo de seis anos

CORREIO e Rede+ vão acelerar 8 empresas baianas; inscreva-se

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  • Da Redação

Publicado em 17 de julho de 2018 às 06:00

- Atualizado há um ano

. Crédito: Rede+/Divulgação
Startup01 por Quintino Brito/CORREIO

No setor de saúde, educação, mobilidade urbana ou segurança, quando as novas ideias e as ferramentas de solução passam por tecnologia e inovação, em um modelo de negócio com baixo custo e alta potencialidade de crescimento, o desafio é conduzido por startups.

Em todo o Brasil, estima-se que existam cerca de seis mil startups. O número é mais do que o dobro registrado há seis anos, quando o país ainda começava a discutir o modelo e a perceber o nascimento desse novo mercado. Em 2012, haviam 2.519 startups cadastradas na Associação Brasileira de Startups (ABStartups). Em 2017, o número saltou para 5.147.

Segundo a associação, o número de empresas pode ser ainda maior, por volta de 10 a 15 mil, mas muitas ainda estão na fase de ideias e nem todas possuem o Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ). 

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Em 2018, o país ganhou seus primeiros unicórnios, nome dado às startups que passam a valer mais de US$ 1 bilhão. O feito foi alcançado inicialmente pelo aplicativo de transporte 99 e pela Nubank, empresa que gerencia serviços financeiros, avaliada em mais de U$ 2 bilhões.

A Bahia ainda não tem um unicórnio, mas em breve essa realidade pode mudar. É que o CORREIO e a Rede+ estão em busca de startups baianas com potencial de crescimento e para encontrar essas candidatas, lançaram o Desafio de Inovação Acelere[se], que faz parte da programação do Fórum Agenda Bahia 2018 e tem o objetivo de fortalecer o ecossistema de inovação do Estado.

O prazo para se candidatar a uma das oito vagas disponíveis no programa de aceleração gratuito de startups vai até o dia 30 de julho (inscreva-se aqui). Ao todo, serão 12 semanas de aceleração intensiva e gratuita, onde estarão contempladas: 24 horas de mentorias especializadas, em sessões individuais; acesso a espaços de coworking da Rede+ durante a vigência do programa; capacitações semanais; e contato com potenciais investidores ao final do processo.

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Para participar do Acelere[se] é preciso que a startup esteja em estágio inicial, com o negócio já operando e que tenha aspiração de crescimento exponencial. A candidata também deverá contemplar projetos em: educação, cidades inteligentes, energia e sustentabilidade ou economia criativa.

Bill Gross explica como as startups obtém sucesso; assista:

Amadurecimento do setor

Para Rafael Moreira, secretário de Inovação e Novos Negócios do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços, tendência é que o número de startups no Brasil cresça ainda daqui para a frente. “A gente percebe que teve um amadurecimento muito grande do setor. Quando a gente pega 2012, ainda nem havia no Brasil de forma adequada a constituição de aceleradoras, empresas, conceitos de incubadoras. O tema subiu de nível”, acrescenta.

O diretor-executivo da ABStartups, Rafael Ribeiro, também avalia que o ecossistema nacional está passando por um processo intensivo de amadurecimento.  “Os números estão provando isso, a gente vem num crescente de quase 20% no número de startups ano a ano, crescendo bastante em meio à crise que a gente sabe que o país enfrentou. Acho que isso reflete o amadurecimento do empreendedor também, que entendeu como é o processo de funcionamento de uma startup”, avalia.

Perfil dos novos empreendedores

Das empresas cadastradas na base de dados da ABStartups, 72% são lideradas por empreendedores entre 25 e 40 anos, 87,13% são comandadas por homens e 12,3% por mulheres.

“O empreendedor hoje que está tendo um pouco mais de sucesso está entre 35 e 40 anos, é um empreendedor mais maduro, que muitas vezes tentou um ou dois negócios e teve resiliência para continuar. Porque dificilmente no primeiro negócio vai dar 100% certo, mas o empreendedor brasileiro é bem diferente dos outros, ele é bem resiliente”, diz Rafael Ribeiro.

Os setores que mais se destacam entre as startups nacionais são educação (edutechs), agronegócio (agtechs), finanças (fintechs), internet, propaganda, comunicação, comércio eletrônico, saúde e bem-estar. Também há um número expressivo de startups nos setores de logística e mobilidade urbana, entretenimento, eventos e turismo.

O maior número de startups brasileiras está concentrado nos estados de São Paulo (41%), Minas Gerais (12%) e Rio de Janeiro (9,7%).  Entre as capitais, considerando o número de empresas por habitantes, Florianópolis desponta na liderança. O desempenho atraiu para a cidade o primeiro grande evento nacional do setor, o Startup Summit, realizado no último final de semana. Mais de 2300 inscritos participaram do encontro.

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Qualificação é necessária

Um dos problemas que preocupa os empreendedores de inovação é a falta de profissionais qualificados. Segundo especialistas, o mercado de tecnologia da informação no Brasil tem hoje cerca de 460 mil vagas de emprego abertas e não preenchidas por carência de pessoal com qualificação adequada. O alerta foi dado por empreendedores e analistas durante o Startup Summit. 

De acordo com Felipe Matos, um dos pioneiros em startup no Brasil e autor do livro 10 mil Startups, o déficit de mão de obra pode prejudicar a competitividade do país no setor. Conforme o especialista, o número de estudantes graduados nunca foi tão grande, contudo, apenas 15% são da área de tecnologia, enquanto que a média mundial, também considerada baixa, é de 25%.

A Associação Brasileira de Startups (ABStartups) ressalta que o problema pode aumentar se as universidades e outras instituições de ensino, desde o ensino básico, não alinharem seus propósitos às novas necessidades do mercado para formação de profissionais com visão estratégica e solução inovadora para problemas e não apenas operacionais.

A nova economia e a transformação digital das empresas criaram novas linguagens e funções como “customer search” ou “startup hunter”, termos poucos conhecidos dos recém-formados e até de profissionais experientes.

Para Felipe Matos, outro desafio é o desconhecimento sobre as startups, fruto de uma cultura ainda avessa a um novo modelo de negócio, que tem mais riscos e não segue a estrutura tradicional de uma empresa. O especialista acredita que casos de sucesso e o surgimento dos primeiros unicórnios brasileiros podem ajudar a transformar a cultura de negócios do país e estimular o surgimento de mais empreendedores.

O Desafio de Inovação Acelere[se] é um oferecimento do Fórum Agenda Bahia, com apoio institucional da Rede Bahia e realização do Correio e Rede+.

Serviço:

>>As inscrições para o Desafio de Inovação Acelere[se] vão até o dia 30 de julho e podem ser feitas gratuitamente no site: www.especiais.correio24horas.com.br/acelerese

*Com Débora Brito, da Agência Brasil