O Bahia pode virar um time 'copeiro' com Roger Machado

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  • Miro Palma

Publicado em 24 de maio de 2019 às 05:00

- Atualizado há um ano

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A estratégia, em uma das suas definições no dicionário, é uma “forma ardilosa que se utiliza quando se quer obter alguma coisa”. Ela, sem dúvida, é muito importante em qualquer empreitada, seja no âmbito esportivo ou não. Dentro das quatro linhas, então, não é diferente. No entanto, em competições eliminatórias, o bom uso de uma estratégia faz ainda mais diferença.

Roger Machado compreende isso. Tetracampeão da Copa do Brasil como jogador - três vezes com o Grêmio e uma vez com o Fluminense -, o técnico do Bahia sabe melhor do que ninguém que a análise, o planejamento e a execução   separam clubes comuns dos chamados “copeiros”. E  Roger é um dos trunfos mais importantes do tricolor nesta competição. 

O time viu suas principais deficiências serem dissolvidas jogo a jogo. O sistema defensivo, que estava deixando a desejar, ficou organizado - levou só um gol nos últimos quatro jogos - , especialmente, no esquema com os três volantes: Gregore, Douglas Augusto e Elton. Aliás, os dois duelos contra o mesmo adversário, o São Paulo, representam o melhor exemplo deste Bahia mais estratégico.

No primeiro encontro, válido pelo Brasileirão, o comandante estreou o trio de volantes e apresentou um Esquadrão mais corajoso e que teve chances reais de gol, principalmente com Fernandão. Porém, os erros impediram a bola de tocar a rede. Apesar disso, o time cercou muito mais o tricolor paulista, que foi bem menos efetivo nas tentativas de chegar à meta de Douglas. A estratégia aí era anular o jogo do adversário em sua própria casa, com 40 mil pessoas nas arquibancadas. E, para a dinâmica do Brasileirão, um empate com o São Paulo no Morumbi é um resultado bem interessante.

Três dias depois, já pela Copa do Brasil, a intenção era outra. O Bahia permitiu que o São Paulo tocasse mais a bola. Não à toa, a equipe paulista teve maior posse de bola na partida com 65,8% contra 34,2%, segundo dados do site Footstats. E aí a estratégia de reação ficou clara: aproveitar a marcação do time paulista mais avançada para ganhar espaço ao recuperar a bola e contra-atacar. 

Bem verdade que Fernandão, mais uma vez, não estava em uma de suas melhores noites. Mas uma boa estratégia considera também as possíveis falhas para poder criar artifícios que possam saná-las. Foi o que Roger fez ao trocar o camisa 20 por Rogério, um falso 9, e intensificar o contragolpe. Bastou ele entrar para, no primeiro lance, ser o responsável pela jogada que culminou no gol de Élber. “Dá ansiedade, com a bola mais perto do seu gol, ainda mais que eu gosto de propor o jogo. Mas tem que entender a competição”, disse Roger. E alguém duvida de que ele entenda?

A Copa do Brasil é um torneio que reduz a diferença técnica entre os clubes, causada, principalmente, pela desigualdade financeira. São dois jogos, o famoso mata-mata, onde uma tática bem definida faz toda a diferença. E é nisso que o tricolor precisa se apegar. Caso confirme a classificação na próxima quarta-feira, o Bahia se candidata a, quem sabe, chegar entre os quatro melhores pela primeira vez na história da competição. E daí pra frente, tudo pode acontecer.   

O time, vale lembrar, ainda não está pronto. Entre outras peças, ainda lhe falta um jogador com dinâmica e que organize mais o meio-campo. Ramires não está em um bom momento para assumir essa responsabilidade. Todavia, o Bahia está escolhendo boas estratégias. Se continuar assim, dá até para sonhar com a Libertadores da América depois de 30 anos. E como sonhar não custa nada, então que sonhe alto. 

Miro Palma é subeditor de Esporte e escreve às sextas-feiras