O Bahia se consolida na Série A

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Publicado em 9 de maio de 2019 às 05:00

- Atualizado há um ano

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O Bahia está disputando a Série A do Campeonato Brasileiro pelo terceiro ano consecutivo e este é o primeiro em que, realmente, a preocupação com a zona de rebaixamento não passa na porta do Fazendão. 

Em 2017, o objetivo era apenas se manter na primeira divisão, e a briga contra o Z4 durou quase todo o campeonato, até a arrancada final sob o comando de Carpegiani e o 12º lugar. Em 2018, abocanhar uma vaga na Sul-Americana já era a meta, mas a caminhada foi tortuosa e o clube frequentou a zona de rebaixamento e adjacências durante dois terços da competição, antes de se firmar no terço final e fazer a melhor campanha da história tricolor nos pontos corridos, na 11ª colocação.

Agora a sensação que o Bahia passa é realmente de consolidação como um time de meio de tabela. Isso significa dizer que, se não é favorito a brigar por vaga na Libertadores da América, também não se espera vê-lo abaixo de CSA, Avaí, Goiás, Ceará, Fortaleza e Chapecoense, cabendo também o tradicional Vasco no bolo. O patamar do Bahia, hoje, é de Copa Sul-Americana. 

Menos do que isso na Série A é frustração, como foi a eliminação na primeira fase da Sul-Americana deste ano. E isso diz muito sobre a evolução do clube nos últimos anos. 

Não se trata de euforia, nem de achar que o atual quinto lugar registrado após apenas três rodadas do Brasileirão é o balizamento. Mas é possível constatar que o planejamento a médio prazo, com mais acertos do que erros, está dando frutos. 

O Bahia arrumou a casa em 2013, quando passou por intervenção judicial e se abriu para o sócio-torcedor; começou a ser administrado de maneira eficiente em 2015; e deu continuação ao planejamento na troca de bastão de Marcelo Sant’Ana para Guilherme Bellintani, que avançou sensivelmente no terreno do marketing. A paixão reconhecida nacionalmente do torcedor tricolor gera cada vez mais receita, por variadas fontes, como a adoção de marca própria de fornecedor esportivo, inauguração de loja na Fonte Nova, plano de sócios superando 30 mil inscritos. 

E não muito longe disso, em 2013, jogadores da base saíam do clube através da Justiça por falta de recolhimento do FGTS. Foi o caso do lateral- esquerdo Inácio, a quem o Bahia devia R$ 3.500 e foi parar no São Paulo. De lá, saiu vendido para o Porto por R$ 10 milhões - hoje está no Guarani.

É o dinheiro resultante desse crescimento que possibilita investimento maior no futebol. O erro e o acerto sempre vão existir, porém, com mais força para ir ao mercado, o risco de falhar é menor. Tanto que o diretor de futebol Diego Cerri está no cargo desde janeiro de 2017, uma longevidade incomum no Brasil. O Bahia caminha no seu ritmo, mas sempre em frente, o que é fundamental.

Ampliar o teto aonde pode chegar é a tarefa mais complicada, pois o fator econômico é uma barreira difícil de transpor na comparação com as principais equipes do Sudeste, localizadas na região do país com maior PIB, mais visibilidade e, consequentemente, mais receita. Para se ter ideia, o Botafogo apresentou previsão de orçamento de R$ 250 milhões nesta temporada, embora prevendo R$ 77 milhões desse total em venda de atletas, valor aparentemente superestimado. A proposta do Bahia foi de R$ 143 milhões.

Herbem Gramacho é editor de Esporte e escreve às quintas-feiras