O caso do áudio vazado do Vitória

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  • Da Redação

Publicado em 12 de junho de 2019 às 05:00

- Atualizado há um ano

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Na semana em que o país ficou estarrecido com a divulgação de mensagens atribuídas ao então juiz Sérgio Moro e procuradores da Lava Jato, entre eles Daltan Dallagnol, pelo site Intercept, o Vitória não deixou por menos e ofereceu seu caso particular de vazamento para movimentar o noticiário esportivo local. Em um áudio enviado para os jogadores em um grupo do WhatsApp, o presidente rubro-negro detona o percentual de gordura de diversos atletas.

A assessoria rubro-negra confirmou a veracidade do áudio, que foi enviado há cerca de duas semanas. Faz parte das atribuições do presidente cobrar dos atletas que não exagerem nos prazeres da vida e treinem com afinco para que se mantenham em forma, afinal, é impossível aguentar o ritmo de uma competição dura como a Série B se você está acima do peso desejado. O problema é a forma como essa cobrança é feita.

Não me parece que um áudio enviado em um aplicativo de mensagens seja a maneira mais adequada de fazê-la. Há sempre o risco de vazamento, como, de fato, aconteceu. Aliás, esse tipo de prática tem se tornado comum no Vitória, mesmo antes da chegada de Paulo Carneiro. Quem não se lembra da famosa lista com os salários dos atletas expostos para todo mundo ver? Recentemente, aí sim na gestão do atual presidente, os novos uniformes da equipe foram vazados horas antes do lançamento oficial.

Muita gente apoiou a bronca dada por Carneiro. Da minha parte, cabe respeitar. É questão de opinião, assim como eu tenho a minha. A questão, insisto, é a exposição a que os atletas foram submetidos com o vazamento do áudio. Diversos “memes” que ridicularizam a situação dos jogadores citados já rolam soltos nas redes sociais. Era um assunto privado, para ser resolvido dentro do vestiário, entre presidente, comissão técnica e elenco.

Do áudio, é possível tirar muitas conclusões que deveriam ficar só entre pessoas do clube. Por exemplo: ficou claro que atletas como Rodrigo Andrade e Nickson têm problemas para se manter no peso ideal, bem como Neto Baiano, que precisa treinar mais que os outros por causa da idade, e também o meia Felipe Gedoz, que prometeu entrar em forma quando chegou ao clube. Tudo isso extraído de um único áudio. Os jogadores citados nominalmente ficam em situação delicada com a torcida. E a relação, pelo momento do clube, na parte de baixo da tabela da Série B, já não é das melhores.

A pausa para a Copa América não poderia vir em melhor hora para o Vitória, que precisa arrumar a casa e colocar as coisas em ordem. Além de problemas de ordem institucional, aqueles que fogem da alçada de treinador e jogadores, a equipe precisa encontrar um jeito de voltar completamente renovada e engatar uma sequência de resultados positivos para sonhar com o acesso ao fim da temporada. O balanço desse primeiro momento de Série B é negativo, com derrotas doloridas em atuações apáticas.

Osmar Loss terá que trabalhar bastante para melhorar o sistema defensivo, principal problema da equipe. O Vitória, pior defesa da Série B, leva mais de dois gols por partida. Partindo de uma defesa sólida, é possível ajustar os outros setores de campo, para fazer com que o time chegue com naturalidade no campo do adversário.

Rafael Santana é repórter do globoesporte.com e escreve às quartas-feiras