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Da Redação
Publicado em 15 de dezembro de 2022 às 04:44
Falar sobre planejamento e tendências para a indústria da construção, em um ano onde os cenários econômico e político se apresentam instáveis, tem sido uma tarefa desafiadora. Ainda assim, de longe sabemos que é um segmento que vem atuando de forma cada vez mais diversificada e robusta, mesmo com os reflexos da crise americana, que causou um efeito dominó em escala global, e com as incertezas herdadas da pandemia.>
Se formos analisar os números que representam a movimentação do segmento, de acordo com a Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), podemos ver um momento de retração no mercado imobiliário brasileiro, mas com um movimento bastante otimista de aceleração. >
A estabilização do preço dos insumos e do Índice Nacional do Custo da Construção (INCC) foi um motor importante para essa aceleração. A capacidade de compra do cidadão brasileiro, no entanto, não se comportou no mesmo ritmo. O primeiro semestre de 2022 teve aumento de 1,4% nas vendas em relação a 2021, um movimento bastante tímido, principalmente se observado somente sob o recorte de 2022. Foram 7,5% menos vendas entre o primeiro e o segundo trimestres deste ano.>
Fica clara a reação na capacidade produtiva do setor em 2022, mas a queda nas vendas resultou no aumento do “estoque”. O primeiro semestre deste ano fechou com mais de 245 mil unidades residenciais disponíveis em todo o Brasil, quantidade 3,2% maior do que o mesmo período do ano passado. Isso reflete as instabilidades econômicas para o cidadão, impactado pelo aumento da inflação e pela desvalorização do real frente a moedas estrangeiras. >
Paralelamente, construiu-se em 2022 um novo escopo econômico, com novos incentivos, e já se nota uma retomada positiva em curto e médio prazos. O momento atual tem crédito para investimento e imóveis disponíveis. Ao mesmo tempo, o período eleitoral reafirmou o compromisso com pautas definitivas, como os programas de habitação social, iniciativas que até podem passar por atualizações, mas se mantêm sempre ativas.>
Estamos quase em 2023 e a reta final do ano atual ainda vai exigir uma atenção especial ao prazo apertado que incorporadoras e bancos têm para se ajustar às novas diretrizes da Resolução 4.909, do Conselho Monetário Nacional, que estabelece condições gerais para a contratação de financiamento de imóveis. Esse e outros desafios são importantes para o desenvolvimento do setor, exigem cautela, mas há otimismo para um bom nível de aceleração. A integração da cadeia de ponta a ponta será um marco fundamental para a eficiência operacional tão necessária neste momento. E a tecnologia é nossa principal aliada para garantir previsibilidade, assertividade e crescimento exponencial. >
Guilherme Quandt é diretor de Marketing e Estratégia do Sienge >