O emprego do futuro

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Publicado em 10 de setembro de 2019 às 05:00

- Atualizado há um ano

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Não é de hoje que precisamos pensar o mercado de trabalho em face das mudanças tecnológicas. Na raiz do processo de urbanização brasileiro, por exemplo, estão as alterações produtivas no campo que provocaram o êxodo que hoje coloca mais de 80% da população vivendo nos centros urbanos. Se a migração foi uma solução encarada nas décadas passadas pelo trabalhador rura l, os habitantes deste mundo contemporâneo estão diante de uma nova encruzilhada para as relações de trabalho. Desta vez, migrar não é uma alternativa no campo ou na cidade. Apenas a transformação e a adaptação podem assegurar o futuro do trabalho.

Neste cenário, vale questionar: mesmo que a economia avance dentro das nossas melhores expectativas, conseguiremos gerar postos de trabalho formais como tradicionalmente pensamos o emprego? Continuaremos formando mão-de-obra para ser uma força assalariada, contando com as mesmas relações trabalhistas das gerações passadas? Com toda certeza, a tecnologia aponta para um novo norte, num tempo em que empreendedorismo e pequenos negócios dão a tônica de como a sociedade produz e se relaciona com o emprego.

Já em 2019, micro e pequenas empresas (MPE) são responsáveis pela maioria das vagas formais de emprego. Somente na Bahia, o saldo positivo de janeiro a junho é de 14.450 postos nas MPE contra 9.338 vagas abertas por médias e grandes empresas. O número de microempreendedores individuais (MEI) baianos, trabalhadores por conta própria que se formalizam como empreendedores, saltou de 74 mil em 2010 para mais de 474 mil neste ano. A estimativa do Sebrae é que a atividade do MEI é a única fonte de renda para quase 4,6 milhões de brasileiros. Tais movimentos consolidam a visão de uma população mais empreendedora e dependente dos pequenos negócios locais para obterem sustento.

Isto tudo sem falar nos modelos de negócios disruptivos e inovadores, sedentos por profissionais capacitados, especializados e com desenvoltura para gestão. Estamos diante de um ecossistema vivo e dinâmico habitado por Startups e Unicórnios, empreendimentos que impactam as vidas de milhares, para as quais as relações de trabalho também se dão dentro de um formato empreendedor.

É por isso que a lógica do novo mercado de trabalho é o de um mundo onde o “empregado” e o “funcionário” abrem espaço para o gestor e o empreendedor. Mais do que encarar com medo, saudosismo ou olhos fixos no passado, o Sebrae convoca a sociedade para se capacitar e aproveitar as oportunidades deste novo momento. Nossa missão nunca foi tão essencial. É formando pessoas com mentalidade e habilidades empreendedoras - desde o ensino básico até o superior -, é apoiando na construção e sobrevivência dos seus pequenos negócios, que estamos de fato preparando baianos e brasileiros para o emprego do futuro.

Jorge Khoury é superintendente do Sebrae Bahia

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