'O feminino resolve conflitos sem precisar de arma', diz Margareth

Em seu próximo disco, Autêntica, cantora vai falar sobre o 'sagrado feminino'

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  • Laura Fernades

Publicado em 6 de outubro de 2018 às 05:50

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A música baiana está com a bola toda, afinal conquistou o maior número de projetos selecionados no edital Natura Musical 2019, que divulgou os 50 vencedores nesta quinta-feira (4), durante evento em São Paulo. Com dois representantes na categoria nacional, os cantores Lazzo e Virgínia Rodrigues, o estado teve mais oito projetos selecionados na categoria regional.

Entre eles, está o vocalista da banda Maglore, Teago Oliveira, que vai lançar seu primeiro álbum de inéditas, a festa Batekoo, que vai circular em turnê pelo Brasil, e a cantora Margareth Menezes, que também vai presentear o público com um disco de inéditas, o que não acontece desde MagaAfroPopBrasileiro (2001).

Batizado de Autêntica, o disco de Margareth surgiu da vontade da artista de dar voz às suas composições, já que sempre priorizou o lado intérprete. “Esse projeto foi se apresentando de maneira natural, a partir dessa vontade de mostrar as minhas composições e um pouco do meu pensamento. É uma observação de uma mulher sobre a vida. Uma mulher negra, uma mulher que tem uma vida artística com muitas variáveis”, explica Margareth.

Além de seguir sua própria vontade, a cantora seguiu os conselhos de amigos que sempre disseram que precisava gravar suas letras. O estopim foi quando uma amiga a encontrou e disse: “sonhei que você gravava um disco chamado Autêntica”. “Aí eu disse, ‘pô, gostei desse nome’”, ri Margareth, que abraçou a ideia do álbum sem pensar duas vezes.

Com produção ainda mantida em segredo, Autêntica vai dar voz aos pensamentos da artista e de outras autoras que dialoguem com o tema. “É uma autenticidade que mostra meu universo íntimo de pensamento e também composições de mulheres que falam sobre essa questão do sagrado feminino. Acho que o pensamento feminino vem equilibrando, trazendo um contraponto que é esse contraponto de você resolver conflitos sem precisar pegar em arma”, pondera Margareth.

O afropop vai guiar a sonoridade do disco, que bebe em referências como o Tropicalismo e a Bossa Nova, movimentos que quebraram padrões. “O que acontece no mundo hoje, essa desconstrução de tanta rigidez na vida, é o que a gente estava tentando fazer nessa época. Tudo isso vem embutido dentro desse projeto. Agora eu quero falar da minha maneira, com a pesquisa que a gente faz do afropop que também é tropicalista”, explica Margareth.