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Da Redação
Publicado em 19 de outubro de 2022 às 05:05
Acompanhar a rapidez do pensamento de Luiz Candreva, conferencista que abriu o Agenda Bahia 2022 com o talk ‘O futuro do trabalho’, não é tarefa das mais fáceis. Mas o conteúdo recompensa: de uma forma simples e descontraída, o futurista, que é head de inovação da Ayoo, colunista da CBN e diretor de criação do Disruptive, propôs formas de antecipar problemas e pensar soluções nada óbvias para o mercado de trabalho. Também orientou sobre como não ter medo das situações de instabilidade.>
“Toda transformação acontece no caos, é quando o mundo abre espaço para mudanças profundas. Quem sabe navegar no caos não tem medo do futuro”, decretou. “O trabalho não foge disso. O futuro do trabalho é complexo, as relações de trabalho também, precisamos aprender a lidar com elas. Meu objetivo é transformar as pessoas em gestoras do caos”.>
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O futurista acredita que, mais do que pensar a forma de trabalhar, é importante pensar em como continuar relevante no mercado. Afinal de contas, empregos e especialidades podem mudar drasticamente com o passar dos anos, ou deixar de existir.>
“O futuro do trabalho pode ser remoto, pode ser híbrido, presencial, multiplataforma, com semana de quatro dias. Pode ser substituído por máquinas ou robôs, no caso de algumas profissões. Uma coisa eu tenho certeza: é um futuro complexo. Como a gente pode se preparar para a complexidade? Para as pessoas, tentar ao máximo se conectar com tecnologias, com mais gente, mais acessos. Para as empresas é equilibrar a receita do presente para manter sua relevância no futuro. Se as empresas só focarem no agora elas não se preparam para as mudanças, como a Kodak (produtora de filmes para câmeras fotográficas analógicas), e a Blockbuster (videolocadora)”, enumerou, citando duas marcas fortes do passado que não se adaptaram bem aos novos tempos.>
Relevância Para Candreva, é essencial para os empreendedores entenderem que o serviço que as empresas oferecem têm ligação com um sentimento ou dor do consumidor. E é esse sentimento, e não necessariamente o produto, que pode se tornar obsoleto, que vai fazer com que as pessoas continuem – ou não - fiéis à proposta da empresa. Conseguir construir um ambiente corporativo conectado com a experimentação é o grande desafio.>
“Todo mundo tem que bater meta, tem a pressão para ganhar dinheiro, dar retorno, porque é isso que a gente aprende na faculdade, essa é a parte do processo que já faz parte da cultura de negócio. Ela é importante, mas é um ponto apenas. Chegar numa empresa e dizer que é necessário pegar uma parte do valor gerado para investir em relevância futura, que é algo que você não vai ver durante um bom tempo e é o que pode manter sua empresa viva durante outras transformações, parece muito distante”, pontuou.>
É a busca pela relevância futura, acrescenta, que vai manter empresas vivas e competitivas. Para pensar no que pode ser importante na frente, é necessário ter um olhar perspicaz, atento e desprovido de juízo de valor. Para Candreva, não se deve pensar no futuro com olhos do passado ou do presente. Ele dá como exemplo o trabalho de historiadores, que precisam se desprender de conceitos contemporâneos ao analisar épocas diferentes.>
“O futuro não comporta juízo de valor. As coisas não vão deixar de acontecer porque você não gosta. O Uber não deixou de surgir porque o taxista era contra. O melhor que a gente tem a fazer é se basear nas tendências que os dados apontam e, mais importante, não se deixar levar pelos olhos do passado. O futuro do trabalho é apostar no que não é óbvio. A transformação é diferente do que está posto, exige adaptação. Fuja do fácil", aconselha. >
‘Empreender é contagioso’, diz o britânico Jonathan Ortmans>
Entusiasta do empreendedorismo sem fronteiras, o britânico Jonathan Ortmans, CEO da Global Entrepreneurship Network (GEN), acredita que o mundo pós-pandêmico está mais receptivo às ideias inovadoras. “Mais do que isso, está carente de empreendimentos que busquem solucionar problemas reais que se apresentam em ecossistemas diferentes”, afirmou em talk no Agenda Bahia 2022. >
O crescimento no número de empresas lançadas desde o início da pandemia e o lado social e sustentável do empreendedorismo reforçam o ambiente favorável para startups. “A maioria dos empreendedores que temos contato através da GEN quer deixar um legado positivo na região ou no ecossistema em que atua.>
Poucos querem crescer ao custo dos outros. E isso traz uma boa recepção da comunidade, que muitas vezes se sente estimulada e inspirada a investir em novos empreendimentos”, aponta. “Empreender pode ser um negócio contagioso”. Ortmans explica que a GEN quer reforçar conexões entre empreendedores e startups do mundo para troca de conhecimento e experiências em nível global.>
O Agenda Bahia 2022 é uma realização do CORREIO, com patrocínio da Acelen e Unipar, parceria da Braskem e Rede+, apoio institucional da Prefeitura Municipal de Salvador, Fieb, Sebrae, Rede Bahia e GFM 90,1 e Apoio da Suzano, Wilson Sons, Unifacs, HELA, Socializa e Yazo>