O gênio Da Vinci e a celebração da Ciência e Tecnologia

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  • Nelson Pretto

Publicado em 2 de maio de 2019 às 05:00

- Atualizado há um ano

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Criar, inventar e utilizar todas os aparatos disponíveis para a solução dos desafios contemporâneos são os propósitos mais nobres da Ciência e da Tecnologia. Gosto muito das gambiarras, traquitanas e engenhocas, e elas precisam estar presentes no cotidiano da formação de nossas juventudes.

Tudo isso me vem à memória no dia de hoje, por conta da celebração dos 500 anos de morte de Leonardo Da Vinci.

Nascido em 15 de abril de 1452, em uma vila vizinha à bela Florença, na Itália, ele faleceu em 2 de maio de 1519, na cidade francesa Amboise, onde viveu seus últimos três anos de vida.

Um gênio, essa é a palavra mais comum para esse engenheiro, artífice, arquiteto, construtor, inventor, pintor e um sem número de outras atividades.

Com 30 anos, mudou-se para Milão, no Norte da Itália, onde serviu à corte do rei Ludovico Il Moro Sforza. Em sua temporada milanesa, lhe foi solicitado uma pintura para a pequena sala onde ficava o refeitório do convento da Igreja de Santa Maria della Gracia. Naquele pequeno espaço, o artista produziu nada mais nada menos do que A Última Ceia, imponente pintura de 4,60 x 8,80m, uma das suas obras-primas, aberta à visitação pública diariamente, com cada grupo podendo lá permanecer por apenas 15 minutos de admiração da obra. Na data que escrevo este artigo, só havia ingresso disponível para julho, tamanha a procura. A sua Mona Lisa, talvez o quadro mais reproduzido em todo o mundo, tem o seu original no museu do Louvre, em Paris, também repleto de turistas à sua frente.

Muito mais conhecido como artista do que como cientista, Leonardo trabalhou em diversos campos da ciência, como na dissecação de cadáveres para verificar o funcionamento dos nervos ópticos dos órgãos, experimentando desenhos de forma tridimensional - o que, obviamente, não era comum naquele período -, projetando construções, sistemas hidráulicos completos, verdadeiras engenhocas com rodas d’água para fazê-la se deslocar com pouca diferença de nível, construiu protótipos de helicópteros, fortificações e sistemas de engrenagens que somente 400 anos depois foram materializados, com a invenção do carro a motor em 1886.

Em Milão, onde este ano celebra-se o ano Leonardo da Vinci, pude ver várias de suas obras e muitas réplicas, tanto dos artefatos, como das suas pinturas. Tudo absolutamente fascinante.

Mas você não precisar ir à Itália para ter experiência similar. Aqui em Salvador, conheço um trabalho incrível realizado pelo engenheiro Thales de Azevedo Filho, que mantêm, em seu escritório no bairro da Graça, um verdadeiro museu, com réplicas das criações de Da Vinci, que ele mesmo construiu com um auxiliar. Encontrar um espaço como esse é um alento, principalmente nos dias de hoje, quando constatamos tantos ataques à ciência, com profundos cortes nos investimentos para nossas universidades públicas e a pesquisa científica.

Celebrar os 500 anos da morte de Leonardo da Vinci é celebrar a vida e, mais do que tudo, intensificar a nossa luta para que a formação científica das juventudes se dê com o forte estímulo à criação, e não apenas ao consumo de informações.

Nelson Pretto, professor da Faculdade de Educação da UFBA

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