O lirismo e a memória de Genaro de Carvalho

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  • Cesar Romero

Publicado em 30 de setembro de 2019 às 09:57

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Obra de Genaro de Carvalho (foto/divulgação) A Santa Casa da Bahia e o Museu da Misericórdia (Centro Histórico) estão apresentando a exposição Genaro – Traço, Pincel e Trama, do modernista Genaro de Carvalho. O Museu da Misericórdia traz um resumo da obra do artista em desenhos, pinturas, tapeçarias e objetos.

Genaro de Carvalho junto com Mário Cravo e Carlos Bastos deram início ao modernismo baiano em 1944. Foi uma grande ruptura com o academicismo existente então.

Genaro sempre se destacou pela disciplina, trabalho apurado e dedicação ao ofício. Começou como pintor, depois tapeceiro e veio o retorno à pintura nos últimos anos. Era plural, desenhista, pintor, muralista, fez projetos para móveis, estampas e decoração de interiores, colagens, assemblages, vestuário e essencialmente tapeceiro.

Pertencer à primeira geração modernista da Bahia, percussor da tapeçaria moderna no Brasil, criar o ponto brasileiro e abrir o primeiro atelier de tapeçaria no país, já o coloca como pioneiro incontestável na história da arte brasileira, dando-lhe um papel fundamental como artista.

Genaro de Carvalho (1926 – 1971) nascido e falecido em Salvador iniciou sua vida de artista muito cedo, ainda infante e a partir de 1950 começa a realizar tapeçarias murais, enfocando plantas tropicais folhas, flores, galhos, frutos, plantas, borboletas, pássaros num colorido tropical que o localizava. 

Genaro percebeu que seu desenho e sua pintura se adequavam perfeitamente à tapeçaria. Estava em Paris em 1949 como bolsista do governo francês, estudou na École National de Beaux Arts e no atelier de pintura de André Lhote. Voltou ao Brasil, participou da 1º Bienal de São Paulo e em Salvador recebeu a encomenda de um mural em afresco seco para o Hotel da Bahia. 

Tinha 24 anos e o trabalho repercutiu por sua excepcional qualidade nos 200 m² de área pintada. Sua carreira deslanchou. O trabalho de Genaro caracteriza-se pela ausência de volume, perspectiva levantada, composição plana, desenhos esquemáticos, contorno em traços grossos e cores fortes.

Genaro explicava o decorativismo de sua pintura como um elemento consciente, como um objetivo, uma finalidade. Mesmo na figura dava um sentido ornamental. Não entendia por que tanto preconceito no decorativismo na arte. Relembrava a pintura chinesa e persa que por excelência tinha o decorativismo como finalidade. Esqueceu-se de lembrar a genialidade de Henri Matisse.

Sua contribuição maior à arte brasileira foi pelas inúmeras tapeçarias que criou. Como tapeceiro aproveitou tudo o que aprendera na pintura, tirou partido de todas as suas pesquisas de matéria e cor e ficou na história.