O Mar, História e Perspectivas

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Publicado em 8 de junho de 2021 às 05:36

- Atualizado há um ano

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A evolução da construção naval no século XV proporcionou a concepção de uma embarcação revolucionária: a caravela. Dotadas dos primeiros instrumentos de navegação, de maior “permanência” no mar e de flexibilidade para a navegação a vela, modificaram a maneira de enxergar os oceanos. O que antes era uma barreira ao avanço humano, tornou-se uma ligação ultramarina, passando a ser a “estrada” que conecta civilizações.

Fruto desta evolução e da bravura dos marinheiros, aportava, na Bahia, em 1.500, uma esquadra que vinha tomar posse da “parte portuguesa” do mundo. 

Assumindo sua vocação marinheira e estratégica, Salvador, por suas excepcionais condições marítimas naturais para o escoamento da produção de pau-brasil e açúcar para a Europa, passou a ser a primeira capital do Brasil, em 1549.  

A expansão comercial transformava a posse de territórios ultramarinos em fonte de riquezas, que trouxeram à Bahia invasões estrangeiras que ameaçavam a unidade colonial. Mesmo antes de nosso nascimento como nação, travávamos os primeiros combates navais por nosso território, com um crescente sentimento de pertencimento ao Brasil.  

Para os baianos, o sentimento de liberdade ocorreu em 2 de julho de 1823, quando o povo livrou-se da dominação colonial, por meio de combates que tiveram seu ápice em 4 de maio, na chegada da Esquadra Brasileira que travou intensa batalha com a força opositora, estabelecendo um bloqueio no acesso à cidade, privando as tropas do recebimento de suprimentos para a continuidade dos confrontos em terra.

Este pequeno resumo histórico nos remete à nossa constante relação com o mar, e do quanto ele esteve presente em nossa existência. Atualmente, cerca de 200 anos após a independência, a Bahia, com o maior litoral do Brasil, continua pujante na atividade marítima.  

A nossa Baía de Todos-os-Santos continua sendo um local de condições ímpares para o desenvolvimento de atividades econômicas sustentáveis ligadas ao mar. Ao atingirmos o primeiro dia 08 de junho na Década da Ciência Oceânica Sustentável, a atividade marítima na costa baiana nos apresenta excelentes exemplos de uma economia azul, próspera e eficiente, que gera milhares de empregos.  

Pelos campos de Manati, por via marítima, flui, do mar, o gás natural que abastece as residências e as indústrias nacionais. Pelos portos baianos saem e chegam insumos e manufaturas por meio de terminais altamente tecnológicos, cujas operações são controladas por complexos sistemas eletromecânicos, realizando a estiva com um mínimo de intervenção humana, com máximo rendimento. Dentro da Baía de Todos-os-Santos, temos uma atividade marítima convivendo harmoniosamente com a vida aquática dos parques e das áreas de proteção ambiental, permitindo uma excelente convivência entre a atividade portuária e o desenvolvimento do turismo, cujos recentes investimentos colocam nossa Bahia debruçada em excelentes perspectivas para firmar-se-como polo de excelência nesta década dos oceanos.

Vice-Almirante Humberto Caldas da Silveira Junior é vice-almirante e comandante do 2o Distrito Naval