O ‘pulmão do mundo’ sufoca sem oxigênio

As notícias que marcaram a semana

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  • Andreia Santana

Publicado em 16 de janeiro de 2021 às 07:00

- Atualizado há um ano

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A Amazônia ocupa 7% da superfície total da Terra e abriga cerca de 50% da biodiversidade do planeta. Por causa disso, por séculos, foi considerada o 'pulmão do mundo' e ainda hoje há quem se refira assim à floresta. Embora os oceanos, prova a ciência, contribuam mais para o ar que respiramos, a Amazônia é vital para a preservação das condições de habitabilidade desse pedaço de universo que chamamos de casa. 

A alegoria do 'pulmão do mundo', no entanto, soa triste e irônica diante da crise sem precedentes da falta de cilindros de oxigênio no estado do Amazonas, berço da maior floresta tropical do mundo. Principalmente em Manaus, pacientes sufocam até a morte nos hospitais.

Ao longo da semana, milhares de pessoas acompanharam o drama dos amazonenses pela internet. Na quinta, 14, gerou comoção a  corrida  de  médicos e de familiares de pacientes de covid-19 em busca de doação de cilindros de oxigênio. Assim como aconteceu na primeira onda da pandemia, faltam vagas para enterrar elevado número de mortos por covid-19 no Amazonas (Foto: Michael Dantas/AFP) Na sexta, 15, artistas e influencers iniciaram campanhas para arrecadar itens médicos e até comprar estoques de oxigênio para o estado. Outras unidades da federação e  países como a Venezuela se solidarizaram para oferecer leitos ou doar remessas do ar precioso.

No  Instagram, usuários trocaram as postagens das tradicionais selfies para exibir uma tela preta onde se lê em letras brancas:  ‘Oxigênio para Manaus’ ou "Oxigênio para o Amazonas’. Instagramers trocaram as selfies por campanha (Foto: Reprodução) O estado viveu dias tenebrosos também na primeira onda da pandemia, quando a covid-19 matou mais gente do que a capacidade dos cemitérios em absorver os sepultamentos. Na ocasião, as covas  coletivas  indigaram as redes, mas pouco sensibilizaram quem tem o poder de  resolver a crise. 

Embora o governo federal tenha mandado aviões da FAB levar oxigênio para Manaus, a resposta ao problema veio lenta, incompleta e beirando a indiferença. Assim como ocorreu com a demora para a campanha de vacinação ser agendada e como tem sido o comportamento do presidente Jair Bolsonaro diante dos mais de 200 mil mortos da pandemia.

Outros destaques da semana 'Jardim dos orixás' no terreiro ganhou 140 mudas de espécies usadas nos rituais do Candomblé (Foto: Nara Gentil/CORREIO) Terreiro em Paripe ganha horta para folhas sagradas

As folhas usadas nos rituais do Candomblé viraram artigo raro com a diminuição das matas urbanas. Para mitigar o problema, na quarta, 13, uma horta de plantas sagradas foi inaugurada no terreiro Jussara Kondire, em Paripe. Foi a 4ª do tipo criada por um projeto da Secis e Semur. Protesto contra o fechamento da Ford no Centro Administrativo da Bahia - CAB (Foto: Arisson Marinho/CORREIO) O adeus da Ford A Ford anunciou na segunda-feira, 11 que fechará suas fábricas no Brasil, incluindo a de Camaçari, na RMS. A empresa disse ainda que a produção seria encerrada imediatamente nas unidades da Bahia e de São Paulo, mantendo-se apenas a fabricação de peças por alguns meses para garantir disponibilidade de estoque de pós-venda. O comunicado diz também que a Ford manterá no país apenas o Centro de Desenvolvimento de Produto, na Bahia, o Campo de Provas, em Tatuí (SP), e a sede regional em São Paulo. Ao longo da semana, trabalhadores da montadora protestaram. Trump já havia sofrido processo de impeachment em novembro de 2019 (Foto: Divulgação/Casa Branca) Outro Impeachment A Câmara dos Deputados dos Estados Unidos aprovou, na quarta, 13, um segundo impeachment do presidente Donald Trump. Ele  foi acusado formalmente de incitar a insurreição contra o governo americano  no episódio da invasão ao Congresso,  semana passada. O impeachment na Câmara desencadou  novo  julgamento no Senado. O primeiro processo de impeachment de Trump ocorreu em 18 de dezembro de 2019, quando a Câmara dos Representantes aprovou dois artigos acusando-o de "abuso de poder  e obstrução do Congresso". Nessa primeira tentativa, o Senado rejeitou tirá-lo do poder.

Nas redes sociais Presidente da França critica política ambiental de Bolsonaro desde 2019 (Foto: AFP/Arquivo) "Quando importamos a soja produzida a um ritmo rápido a partir da floresta destruída no Brasil, nós não somos coerentes",   Emmanuel MacronO presidente da França, afirmou, na terça, 12, que "depender da soja brasileira é endossar o desmatamento da Amazônia". Ele critica a política ambiental de Bolsonaro desde 2019, quando diversos países se sensibilizaram com as queimadas na floresta. Em resposta ao francês, a Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove) afirmou que soja produzida na Amazônia é livre de desmatamento desde 2008. Entre outubro e novembro de 2020, o Amapá ficou 22 dias sem energia e os moradores de Macapá fizeram vários protestos (Foto: Rudja Santos/Amazônia Real) Novo apagão O Amapá enfrentou um novo apagão, na quarta-feira, 13, nas mesmas 13 cidades atingidas pela falta de energia que durou 22 dias  entre outubro e novembro de 2020. Segundo moradores de Macapá, dessa vez, o problema durou três horas. O apagão foi confirmado pela Linhas de Macapá Transmissora de Energia (LMTE), a empresa concessionária de distribuição no estado. Em nota, a empresa justificou que o apagão se deu por "ocorrência na linha de transmissão de Laranjal do Jari à Macapá". A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) pediu explicações detalhadas do problema. Idosa diz que cena de documentário não foi autorizada (Foto: Reprodução) Fã processa Anitta Uma fã idosa da cantora Anitta, dona Maria Ilza de Azevedo, entrou com ação judicial contra a artista e a Netflix, por uso indevido de imagem. Segundo a fã, as cenas dela ao lado da cantora usadas no documentário Made in Honório, sobre a trajetória de Anitta, foram  usadas sem autorização. Os advogados da idosa afirmam que as imagens exibidas passam a ideia de que sua cliente teria entrado na mansão de Anitta sem autorização, como se ela fosse uma intrusa. Dona Maria Ilza estava internada na UTI, com covid-19, quando soube por parentes e amigos que aparecia no filme.

O que as celebridades disseram Xuxa não citou nome de Bolsonaro, mas criticou situação do país (Foto: Divulgação/TV Globo) "Não respeito mais a pessoa que não dá  opinião, que não dá a cara a tapa para falar de política. Conheço muitos artistas que ficam em cima do muro, com medo de se mostrar e, de repente, não agradar as pessoas", XuxaApresentadora criticou, em participação no podcast "De Carona na Carreira", a apatia de alguns colegas com os problemas do país.