O que você vai ser quando crescer?

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Publicado em 12 de abril de 2022 às 04:58

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As crianças precisam crescer para ser? A infância precisa ser compreendida como uma etapa da vida que tem importância em si e não como uma preparação para o futuro. Numa concepção contemporânea, a criança é um sujeito heterogêneo e atuante, um ativo construtor social. Ela é um sujeito completo e deve ter seus direitos garantidos.

A infância diz respeito aos anos iniciais de vida. O termo tem origem no latim in-fans, que significa sem linguagem. A etimologia da palavra propõe um sentido negativo, ao caracterizar infância como a idade do não-falante. Isso contraria as discussões atuais sobre a necessidade de a criança ser protagonista da sua história, sendo, de fato, escutada.

A Educação Infantil deve criar condições para que a interação entre a criança e a realidade ocorra de forma eficaz, prazerosa e lúdica. A brincadeira é uma das linguagens que mais aproxima a criança do mundo e favorece, ainda, a compreensão e a importância das regras sociais. Para tanto, é preciso que a criança seja vista de forma plena, pois ela aprende com o corpo inteiro e não apenas com a mente.

A criança pensa, age e sente, se realiza e se constrói movida pelo desejo, pelos sentidos, pelo movimento e pela expressão corporal. Ela percebe o mundo e o sente de forma diferenciada do adulto. Ela precisa brincar e fantasiar para compreender o mundo, ou seja, experimentar, através do simbólico, o mundo real e suas relações contraditórias.

Infelizmente, nem todas as crianças vivem sua infância. Com as violações aos direitos e os índices de vulnerabilidade social e familiar, muitas vezes, elas são privadas de acessar recursos e serviços que garantam seu pleno desenvolvimento. Por isso, é preciso garantir seus direitos básicos. No Brasil, há o Estatuto da Criança e do Adolescente, que estabelece as normativas para a garantia desses direitos. 

É possível dar vez e voz à criança, promovendo escutas e autonomia. Um provérbio africano diz “é preciso uma aldeia inteira para educar uma criança”. A grande aldeia, que é a sociedade, deve proteger e educar suas crianças, em especial na primeira infância, quando as conexões são ainda mais importantes.

À escola, como parte da grande aldeia global, cabe focar no protagonismo infantil. Para tanto, ela deve ser sensível aos desejos das crianças, observando e respeitando seus movimentos e atitudes, escutando suas falas e seus silêncios.

Virginia Lucas  é pedagoga especialista em Psicopedagogia, Gestão e Psicomotricidade e diretora do Colégio Anchieta (Anchietinha-Aquarius).