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Da Redação
Publicado em 19 de novembro de 2018 às 05:05
- Atualizado há um ano
O racismo no Brasil é algo muito sofisticado, ele está nas nuances, é muito discreto. Ele está num olhar, numa ofensa disfarçada de brincadeira....
É preciso que, o tempo todo, a gente fique atento ao que está acontecendo e como as pessoas estão nos discriminando. Na Bahia, então, por conta da quantidade de negros e negras, a coisa é ainda mais acintosa. E falo isso nenhum medo de errar!
Acho que nesse momento, que estamos vivendo no mundo uma volta das intolerâncias de todas as ordens, as pessoas estão se sentindo mais autorizadas a destilar seu ódio, preconceitos e discriminações de toda a ordem através das redes sociais. Aquilo que não é dito explicitamente na cara do outro é dito na rede social, onde há uma certa efemeridade da vida (você pode estar lá hoje e amanhã desaparecer na multidão) e uma sensação de impunidade...
As pessoas se valem disso e fazem verdadeiros movimentos de ódio e rancor à cor da pele. Não é por acaso, foram 388 anos de escravidão. É por reparação, por uma tentativa de igualdade e oportunidade para brancos e negros, que a gente ainda luta e muito. Mas isso não vai se desfazer assim, é histórico.
É matemático, inclusive. O Brasil tem 518 anos. Destes, por 388 anos homens e mulheres, negros e negras, foram tratados pior que animais, não tinham alma!
Então, imagine para essa sociedade como é ter que encarar a convivência e a permanência de negros e negras dentro dela, cada vez mais alcançando, com todas as dificuldades, papeis de destaque, tendo voz, determinando questões...
E é com isso que a gente tem que lidar todo o tempo, né?
Rita Batista é jornalista.