O tal do home office

Senta que lá vem...

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  • Donaldson Gomes

Publicado em 22 de abril de 2020 às 10:55

- Atualizado há um ano

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Essa história de home office é engraçada. No começo, é aquela coisa de vou trabalhar sem camisa – comentei com um amigo isso e ele me respondeu que iria trabalhar sem as roupas íntimas, mas, enfim, prossigamos. Vou trabalhar sem camisa, como dizia, no conforto do meu lar, perto de minha amada e dos meus filhos. 

Por mais que esteja acostumado a ficar conectado durante todo o dia – e quem lida com fonte sabe do que estou falando –, é diferente não pegar o carro em um determinado horário e se deslocar a um determinado local, onde se permanece até uma certa hora, para depois retornar. 

Computador posicionado na mesa da sala de jantar, centro da casa, lá vamos nós. A movimentação, o barulho e a TV ligada dão um clima quase de redação ao ambiente doméstico. “Meu computador” foi enviado pela firma logo na primeira semana de quarentena e me poupou de ter que lidar com o notebook, usado apenas em último caso. 

Tudo ok, vamos lá. No começo, o sistema engasga para rodar fora do seu habitat, muito tempo perdido com a solução de questões relacionadas ao acesso, mas tudo bem. O quente-frio ao alcance do braço poupa a caminhada até a copa da redação para tomar um café. Da janela do quarto, Lobinho procura gaiatice de vez em quando. 

Trabalho à noite, nem sei desde quando. A família, já acostumada a jantar sem mim, adequou o horário do encontro para antes da minha entrada no serviço. O almoço, por outro lado, tradicionalmente nossa principal refeição juntos, teve esse papel reforçado agora e ganhou a companhia do café da manhã, agora que os meninos não tem aulas. 

Aqui em casa, não dá pra falar em isolamento. Estamos mais juntos do que nunca. O papai consegue acompanhar mais de perto as atividades escolares, o que nem sei se eles gostam que aconteça. 

Os dias vão passando e a novidade vai virando rotina. Aquele tempo ganho sem necessidade de deslocamento já foi ocupado com novas atividades. E eu me pego no quarto escolhendo uma camisa para ir trabalhar na sala de casa.