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Eduardo Athayde
Publicado em 14 de fevereiro de 2020 às 10:28
- Atualizado há um ano
Criada para administrar o Plano Marshall que investiu US$ 100 bilhões na reconstrução da Europa devastada pela guerra, a Organização para a Cooperação Econômica Europeia (OEEC) foi estabelecida em 1948. Reconhecendo a interdependências das suas economias, Canadá e Estados Unidos, ampliando o foco para o cenário global, juntaram-se aos membros da OEEC e criaram a Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), em 14 de dezembro de 1960, sediada em Paris.
Com apoio dos Estados Unidos, o Brasil - que desembolsa anualmente cerca de US$100 bilhões, valor equivalente ao Plano Marshall, para pagamento de juros da dívida pública de União, estados e municípios -, organiza-se para entrar no seleto grupo de 36 países-membros, chamado de "Clube dos Ricos" por reunir as maiores economias do mundo.
Considerado “membro-chave” da OCDE desde 2012, o Brasil assinou um acordo de cooperação com o órgão em 2015 e solicitou oficialmente a sua adesão em 2017. Ao iniciar o processo de entrada são analisadas, por comissões temáticas, as “Melhores Práticas” do país em diversas áreas, como meio ambiente, saúde, infraestrutura e gestão fiscal.
A entrada na OCDE é foco do governo brasileiro em 2020. Neste sentido, esta sendo criada uma secretaria especial ligada à Presidência da República, exclusivamente para este fim.
Em visita ao Brasil, Angel Gurría, secretário-geral da OCDE, disse que o país era o mais próximo de ser aceito. Com o ingresso na organização, uma espécie de "selo de qualidade" é emitido, fomentando ações voltadas para a estabilidade financeira e a melhoria de indicadores sociais, o que influi na melhoria das notas do país nas agências de risco, atraindo investidores.
Ao fazer parte da OCDE, o país-membro adere às "Melhores Práticas” concentrando esforços no desenvolvimento sustentado e na qualidade de vida de seus cidadãos, especialmente nos aspectos educacionais, econômicos, sociais, ambientais e tecnológicos. A adoção da Agenda 2030 / Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), da ONU, ajuda no planejamento para a implementação dessas melhores práticas.
Relatórios de acompanhamento da OCDE ajudam a organizar a sua governança. Enquanto o relatório "Perspectivas Econômicas" analisa as principais tendências e forças que dão forma às ações de curto prazo; o "Perspectivas Agrícolas", detalha as projeções de médio prazo das commodities. Analisando os ganhos de produtividade e a ação política, o relatório "Estratégia de Crescimento Verde" oferece indicadores de modelo econômico, impostos e subsídios relacionados ao meio ambiente e fluxos financeiros internacionais.
Outro relatório da OCDE - “Empregos dos sonhos? As aspirações de carreira dos adolescentes e o futuro do trabalho" , mostra futuro das profissões no mundo analisando respostas à pergunta: “Qual profissão você espera ter aos 30 anos de idade?”
O embaixador do Reino Unido (agora fora da União Europeia) no Brasil, Vijay Rangarajan, afirma: “Tem sido fantástico trabalhar com o governo brasileiro ajudando na implementação do acesso à OCDE que será uma das mudanças mais profundas no momento para ambos, a OCDE e o Brasil".
Com as iniciativas adotadas pelo governo brasileiro, instituições nacionais, públicas e privadas já se movimentam preparando rotas para os novos cenários que se aproximam. O Insper, instituição de ensino superior de reconhecida competência, sediada em São Paulo, que atua nas áreas de negócios, economia, direito e engenharia, recebeu representantes da OCDE para apresentações e debates, destacando publicações que tratam de regras e práticas de governança corporativa.
Na Bahia, o Senai-Cimatec, reconhecido pelo Ministério da Educação (MEC) como a melhor instituição de ensino em Engenharia do Norte/Nordeste, inaugurou recentemente o Eco-Industrial Park.
Alinhado com inovação aberta, o Cimatec organiza, com apoio do WWI e do Jornal CORREIO – Canal Inovação & Sustentabilidade [bit.do/Correio-IS], o "II Fórum de Inovação e Sustentabilidade para a Competitividade – Melhores Práticas OCDE", a ser realizado em abril.
Durante o evento, representantes dos Ministérios da Economia e da Ciência e Tecnologia, Sudene e da Secretaria de Desenvolvimento Econômico da Bahia – SDE, junto com membros da OCDE, avaliarão a implantação de um núcleo da Organização em Salvador, recepcionada pela OCDE como Capital da Amazônia Azul.
Eduardo Athayde é diretor da Rede WWI no Brasil.