Oficial da PM suspeito de participar de sequestro em Paulo Afonso se entrega

O carro usado para raptar Alex Cirino Barbosa também foi apreendido em Alagoas

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  • Da Redação

Publicado em 30 de abril de 2021 às 09:31

- Atualizado há um ano

. Crédito: Reprodução

O oficial da Polícia Militar suspeito de participar do sequestro da testemunha Alex Cirino Barbosa, que estava foragido, se entregou na tarde de hoje no 20º Batalhão da PM, no município de Paulo Afonso, onde é lotado. O carro usado para raptar Alex também foi apreendido durante a tarde no estado de Alagoas. 

Na quarta-feira (28), um suspeito de participar do sequestro da testemunha foi preso, durante a Operação Cáfila, que aconteceu em Paulo Afonso, Conde e também em Boca da Mata, município de Alagoas. Durante a operação, o Ministério Público requereu novas medidas ostensivas, dentre elas a prisão temporária do oficial. 

Também foi renovado por mais 180 do afastamento do tenente coronel Carlos Humberto da Silva Moreira, no âmbito da Operação Alcateia, na qual foi alvo de buscas por suspeita de integrar uma organização criminosa voltada para prática de diversos crimes de homicídio, tráfico de drogas, organização criminosa, além de outros delitos típicos de atividade de milícia, como tortura e extorsão.

O sequestro de Alex foi filmado por câmeras de segurança instaladas na rua em que o crime aconteceu, que mostram o momento exato em que ele foi abordado e levado para dentro de um carro. No vídeo, Alex aparece na garupa de uma moto, dirigida por outra pessoa. Uma caminhonete se aproxima e um homem desce, derrubando Alex no chão. Em seguida, mais dois homens saem do carro e a vítima é carregada para dentro do veículo. Um dos homens que saiu da caminhonete assume o lugar do piloto da motocicleta, que entra no carro. A caminhonete segue viagem e, logo depois, a moto a acompanha. 

As imagens permitiram identificar a caminhonete usada, que já tinha sido vista na cidade sendo dirigida pelo oficial da PM que está foragido. Segundo o Ministério Público, além do policial, um dos outros dois suspeitos seria o irmão de um dos policiais presos na Operação Alcateia, o que sustenta a tese da polícia de que a testemunha foi raptada, e possivelmente morta, para impedir que fosse ouvida em juízo, além de intimidar outras testemunhas. Nesta terça-feira (27), teve início a audiência de instrução relativa aos atos criminosos investigados por essa operação, na qual testemunhas seriam indicadas e, possivelmente, já ouvidas.

Cáfila De acordo com a decisão judicial que determinou a prisão temporária do oficial suspeito de envolvimento no rapto de Alex Cirino, diálogos do suspeito comprovam que ele tinha ciência de todos os fatos ocorridos durante o rapto, havendo, portanto, indícios suficientes do seu provável envolvimento no crime.

Alcateia Com a renovação por 180 dias do afastamento do tenente coronel Carlos Humberto da Silva Moreira, o oficial superior fica afastado da função pública durante esse período, com a proibição de ingressar nas dependências das estruturas da Polícia Militar do Estado da Bahia e de entrar em contato, por qualquer meio, com os membros da corporação e de utilização dos serviços da instituição militar. Seu afastamento se dá no âmbito da Operação Alcateia, deflagrada em outubro de 2020, e tem como objetivo garantir a integridade da instrução criminal, vez que restou evidenciado pelo MP que o réu utilizava-se do cargo público para praticar ou facilitar a prática dos ilícitos cometidos pela organização criminosa, dentre os quais estão homicídio, tráfico de drogas, além de outros delitos típicos de atividade de milícia, como tortura e extorsão.