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'Onde facções se encontram', diz secretário da SSP sobre circuito Campo Grande


 

Para SSP, é necessário isolar pontos de acesso para reduzir violência

  • Bruno Wendel

Publicado em 06/03/2019 às 18:05:00
Atualizado em 19/04/2023 às 13:00:07
. Crédito: Foto: CORREIO

Conhecido como o circuito tradicional da folia, o Campo Grande agora também é ponto de encontro para brigas entre organizações criminosas rivais durante o Carnaval. Em 2019, de um total de 11 baleados, oito foram atingidos no Circuito Osmar.“Facções marcam até encontros em determinados pontos. É um circuito muito específico, porque tem muitas entradas e saídas. Atrações que chamam mais público e, infelizmente, o público atraindo mais a presença dessas facções criminosas ”, afirmou o secretário de Segurança Pública, Maurício Barbosa, em referência ao Circuito Osmar, onde a maioria das ocorrências foi registrada.A declaração foi dada durante a apresentação do balanço das ocorrências da SSP-BA no Carnaval, na manhã desta Quarta-feira de Cinzas (6).

“Lidamos com proporcionalidade do número de pessoas. Se nós pegarmos 2 milhões de foliões para 1.400 ocorrências, dá um número de 0,06%. Neste ano, tivemos um aumento de 20 casos de lesões corporais mais graves. Três situações pontuais envolvendo armas de fogo", afirmou Barbosa."Essas pessoas foram identificadas e presas, uma tentativa de burlar os portais de abordagens, fazendo uma entrada de arma de fogo dentro de um isopor de bebidas, o que nos alertou para necessidade de uma fiscalização maior junto com prepostos da prefeitura de Salvador, em cima de alguns ambulantes, não são todos. Um alerta para que a gente possa identificar como a criminalidade vem tentando burlar o sistema de segurança”, declarou o secretário. Números Foram 4.444 suspeitos conduzidos. Destes, 99 acabaram presos em flagrante pelos crimes de roubo, furto, lesão corporal, entre outros. "Tivemos um Carnaval com as ruas cheias de baianos e turistas. Com certeza o público superou o de 2018 e os desafios também foram maiores", comentou Barbosa. Os dados do evento foram apresentados durante coletiva, na manhã desta quarta-feira (6), no Wish Hotel da Bahia, localizado no Campo Grande.

Novidades no Carnaval 2019, os postos com atendimento relacionado a violência contra a mulher contabilizaram 10 prisões, adotaram cinco medidas protetivas e receberam sete queixas de importunação sexual. Outra inovação, o posto para casos de racismo e intolerância computaram duas situações, sendo uma de homofobia e outra de injúria racial.

Completando o balanço, a polícia contabilizou 121 casos de roubos e 891 de furtos - números cresceram em relação a 2018.  Ano passado, foram 108 roubos e 656 furtos.

"Notamos a criminalidade buscando outras formas de entrar nos circuitos com armas. Aperfeiçoaremos as ações de combate e repressão neste sentido em 2020", informou Barbosa.

Solução Uma solução encontrada por Maurício Barbosa para diminuir os índices de violência no circuito é isolar alguns pontos. “Com base nessas ocorrências, observamos que há uma necessidade maior de cada vez mais isolar o circuito. Desde 2016 com a implantação dos portais nós não tínhamos detectado disparo de arma de fogo no circuito, mas nesse ano, nós vimos que algumas pessoas tentaram burlar e alguns casos conseguiram”, disse. 

O isolamento poderá ser de dois modos. “Já foram todos observados (pontos) e no ano que vem a gente vai tentar ao máximo evitar (vulnerabilidade). Praticamente impossível você não ter um ponto de vulnerabilidade num circuito tão grande, um queijo suíço, várias entradas, várias as saídas, número maior de pessoas, mais 2 milhões de pessoas passaram pelos portais. Agora, observamos que alguns pontos precisão ser melhorados, aumentando o número de obstáculos (barreiras) e ampliar o número de portais”, pontuou Barbosa.