ONG paulista é autorizada a captar verbas para proteger acervo abandonado de Krajcberg

Por Jairo Costa Júnior

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Publicado em 22 de outubro de 2019 às 05:15

- Atualizado há um ano

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Quase dois anos após a morte do artista plástico Frans Krajcberg, uma iniciativa pode evitar a deterioração do acervo do polonês naturalizado brasileiro que está armazenado no Sítio Natura, em Nova Viçosa, onde ele viveu por 45 anos. Recentemente, a Secretaria Especial da Cultura, ligada ao Ministério da Cidadania, autorizou uma ONG de São Paulo a captar, por meio da Lei Rouanet, R$ 877 mil para inventariar, higienizar e acondicionar o legado artístico de Krajcberg. Criado pelo arquiteto Luiz Fernando de Almeida, ex-presidente do Iphan de 2006 a 2012 e ex-coordenador nacional do Programa Monumenta, o Instituto Pedra realiza projetos de preservação e memória em parceria com a Universidade de Ferrara, na Itália, Instituto Andaluz de Patrimônio Histórico, na Espanha, e PUC do Rio.Crônica anunciada Bem antes de Krajcberg morrer, em 15 de novembro de 2017, o acervo já sofria com o abandono, como revelou a Satélite em 17 de julho de 2016. Hoje, infiltrações e cupins elevaram o risco de deterioração completa das obras.

Esqueceram de lembrar O destino da produção de Krajcberg - escultor, pintor, gravador e fotógrafo premiado pela obra fortemente ligada ao meio ambiente - é alvo de uma polêmica que se arrasta desde 2013, quando o artista doou ao governo do estado mais de mil esculturas, desenhos, gravuras, telas, fotos e filmes. Uma lei aprovada pela Assembleia em 2017 criou o Museu Frans Krajcberg para guardar o legado do polonês. Parte ficaria em um espaço na orla de Ondina; a outra, no Sítio Natura, como o artista desejava. Mas nada foi feito. Enquanto o projeto dorme na gaveta, a ação do Instituto Pedra pode, ao menos, impedir a destruição do acervo.

Recordar é viver O secretário de Cultura e Turismo da capital, Cláudio Tinoco, assinou ontem contrato para iniciar a construção da Casa da História e do Arquivo Público de Salvador na Praça Cayru. O museu ocupará um imóvel tombado na esquina das ruas da Bélgica e Portugal, em frente à Casa dos Azulejos, futuro memorial dedicado à música brasileira.  Além de restaurar o casarão, será erguido um edifício de 11 andares em dois terrenos anexos para abrigar o Arquivo Público. A obra custará R$ 27,4 milhões, financiados pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).

Último tiro Na disputa pela presidência do PT baiano, vencida anteontem por Eden Valadares, aliados de Elen Coutinho, segunda colocada, usaram um artigo do braço direito do senador Jaques Wagner, publicado há mais de dois anos no site Brasil 247, para miná-lo junto à ala feminina. Lembraram que, no texto, Valadares defendeu os ataques contra a jornalista Miriam Leitão em um voo e que, por isso, não merecia o voto das mulheres da sigla.

Campo aberto O Ministério do Desenvolvimento Regional formalizou ontem o reconhecimento do Oeste baiano como um dos Polos de Agricultura Irrigada, criados pelo governo federal em abril para receber investimentos destinados a impulsionar a irrigação em zonas com alta produção. Até agora, é o único do Nordeste na lista de polos.Sou contra a reeleição e acredito que a alternância de poder é fundamental para a democracia da Casa Alex Lima, deputado estadual do PSB, ao negar autoria de um eventual projeto de lei que restaura a reeleição para o comando da AssembleiaPílulasDe surpresa - O ministro da Defesa, general Fernando Azevedo e Silva, deve desembarcar hoje em Salvador para uma visita marcada de última hora. Na pauta, está o combate à mancha de óleo no litoral.       

Em ascensão - O advogado Henrique Trindade, ex-presidente da Agência Reguladora e Fiscalizadora dos Serviços Públicos de Salvador (Arsal), foi nomeado pelo presidente Jair Bolsonaro, ontem, juiz efetivo do Tribunal Regional Eleitoral (TRE) da Bahia. Ele é irmão dos vereadores Maurício e José Trindade.