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Da Redação
Publicado em 29 de julho de 2020 às 05:32
- Atualizado há um ano
Sempre que está em vigor o decreto da Operação Chuva, a Defesa Civil de Salvador (Codesal) intensifica suas ações de modo a promover a segurança da população por meio da redução de desastres. A pandemia de covid-19, contudo, alterou as rotinas previamente estabelecidas, demandando soluções imediatas de enfrentamento para que as atividades de um órgão de serviços essenciais da prefeitura não fossem paralisadas. Desde março, tivemos de enfrentar o duplo desafio de adequar o órgão às demandas sanitárias de modo a evitar o risco de contágio de seus colaboradores, a exemplo de prover sua sede de pias públicas e álcool gel para a higienização das mãos, e a proteção adequada dos funcionários, como máscaras e protetores faciais, para desempenharem apropriadamente as suas funções, além de manter as atividades da Operação Chuva 2020, que se prolongaram até junho.
Nesse intervalo, a capital baiana registrou acumulado de chuvas para os meses de março a junho de 1.540,8 mm, quando a média histórica é de 977,9 mm. Para se ter uma ideia, os registros pluviométricos do mês de abril, o mais chuvoso dos últimos anos, ficaram acima da média climatológica, que é de 295,7mm, a exemplo dos aferidos nos bairros de Matatu (720,2mm), Caminho das Árvores (712,8mm), Centro (707,7mm), Pituba/Parque da Cidade (698,6mm) e Retiro (683,4mm).
Esses dados, coletados por meio de uma rede de 52 pluviômetros automáticos, permitiram acompanhar os índices em tempo real, contribuindo para a tomada de decisões preventivas. Uma das mais importantes foi o acionamento do Sistema de Alerta e Alarme em 10 situações de risco nas localidades de Bom Juá, Moscou / Castelo Branco, Baixa do Cacau / São Caetano e Bosque Real / Sete de Abril e Calabetão. As sirenes são acionadas em função da ocorrência de chuvas acumuladas que ultrapassaram os 150mm em 72h naquelas regiões. Tanto o sistema de Alerta e Alarme quanto a rede pluviométrica são gerenciados pelo Centro de Monitoramento da Defesa Civil, um dos mais modernos de todas as capitais do Brasil e que vem contribuindo para a redução de ocorrências em áreas de risco.
A ocorrência de maior volume de chuvas também impactou na solicitação de vistorias: a Codesal realizou, entre 1º de março a 30 de junho, 10.055 vistorias, atendendo às demandas urgentes da população, 29,95% a mais do que no ano anterior, quando foram realizadas 7.749 vistorias. Experimentamos ainda um aumento de 88,98% na aplicação preventiva de lona nas áreas de encostas em relação a 2019.
Apesar dos percalços impostos pelo clima e pela pandemia, constatamos significativos avanços no campo preventivo: nos quatro meses da Operação, as fortes chuvas não resultaram no registro de vítimas nas áreas de risco, atestando o êxito das decisões tomadas pela gestão do prefeito ACM Neto que, a partir de 2015, passou a investir massivamente em projetos preventivos naquelas regiões, entre os quais a aplicação de geomantas em encostas.
Essas conquistas também ressaltam a dedicação de homens e mulheres da Defesa Civil, cujo esforço ajudou a reduzir ocorrências e a preservar um bem imaterial, a vida. Nosso objetivo agora é planejar o futuro, aproveitando as duras lições do atual momento, de modo a fortalecer as estratégias de resiliência e resposta a crises do órgão e planejarmos estar bem preparadas para os potenciais impactos desse vírus e os novos desafios que surgirão pela frente.
Sosthenes Macêdo é diretor-geral da Defesa Civil de Salvador