Operação contra foragidos cumpre 18 mandados de prisão e tem um suspeito morto

Equipes da SSP e do MP ainda realizaram uma prisão em flagrante; Armas, munições e drogas foram encontrados com os criminosos

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  • Wendel de Novais

Publicado em 28 de julho de 2020 às 14:45

- Atualizado há um ano

. Crédito: Alberto Maraux/SSP-BA

Uma operação do Ministério Público da Bahia (MP) em parceria com a Secretaria de  Segurança Pública (SSP) , deflagrada nas primeiras horas desta terça-feira (28), já prendeu 18 foragidos em toda Bahia através de guarnições da Polícia Militar (PM) e da Polícia Cívil (PC). As capturas foram realizadas em Salvador, Camaçari, Feira de Santana, Juazeiro, Jacobina, Porto Seguro e Itapetinga. Segundo o MP e a SSP, a ação é o início da articulação entre os órgãos para prender foragidos em todo território baiano.

Em Salvador, as ordens foram cumpridas nos bairros de Cosme de Farias, Federação, Pirajá, Uruguai, Paripe, Plataforma, Arenoso, São Cristóvão, Sussuarana e Tancredo Neves. Neste último bairro, os policiais apreenderam uma espingarda calibre 12, tabletes de maconha e uma balança com o alvo que a força tarefa buscava. Outros mandados foram cumpridos nas cidades de Camaçari, Feira de Santana, Juazeiro, Jacobina, Itapetinga e Porto Seguro. Todos os criminosos apreendidos foram conduzidos para os respectivos presídios dos quais fugiram.

Após ser flagrado com armas e drogas, um suspeito de tráfico morreu em Sussuarana durante confronto com a polícia. Ele foi encontrado com uma pistola austríaca, carregador, munições, colete balístico, porção de maconha, balança e embalagens plásticas. Ao ver as guarnições da polícia, o suspeito atirou, foi atingido e não resistiu mesmo sendo socorrido.

Só na capital baiana, cerca de 300 oficiais da PM e da PC participaram da ação que começou às 5h30. A data da operação foi escolhida através de avaliações do serviços de inteligência dos órgãos e após o monitoramento dos endereços investigados. Humberto Sturaro, comandante de operações da PM e que falou em nome da SSP, afirmou que o momento da operação foi definido pela certeza de assertividade nas buscas. "Há um monitoramento anterior para que a abordagem desses endereços seja feita de forma efetiva. Não é fácil movimentar cerca de 300 policiais para um ação como essa. Por isso, ela tem que ser muito bem sucedida", afirma.

Além da prisão dos criminosos, os agentes também realizaram a apreensão de armas, munições e drogas que foram encontradas em posse dos alvos da operação. Sobre a quantidade de mandados ainda em aberto após a ação, Sturaro preferiu não revelar os foragidos que não foram capturados. "A quantidade de mandados precisa ser mantida em sigilo até para não alertar estes criminosos que ainda estão soltos e serão alvos dos próximos passos", informou.

Para o MP, a prisão dos 18 foragidos representa um baque na estrutura do crime organizado na Bahia. Luís Alberto Vasconcelos, promotor de Justiça e coordenador do Centro de Apoio Operacional de Segurança Pública e Defesa Social (Ceosp), clarificou que os alvos foram escolhidos por serem vistos como peças importantes para o desenvolvimento do crime organizado no estado. "A ação tem o objetivo de localizar alvos prioritários que, pelo nosso entendimento, têm um impacto negativo para a segurança do estado e que precisam ser tirados das ruas", explicou. 

Organização A ação conjunta começou a ser planejada após a identificação de uma quantidade substancial de mandados de prisão em aberto no território baiano através do Banco Nacional de Mandados de Prisão. Depois da identificação dos alvos foragidos, houve um mapeamento das possíveis localizações dos criminosos feito pelos departamentos de inteligência das das instituições.

"Após percebermos o grande número de criminosos a solta, iniciamos um trabalho sofisticado de pesquisa, estudo e cruzamento de dados que precede as operações para que a parte operacional tenha mais sucesso. Neste trabalho, usamos endereços e informações que otimizam a investigação e localização dos procurados", informa Luís Alberto.

Depois do trabalho dos departamentos de inteligência, PC foi responsável pela elaboração da logística da operação para que o deslocamento das guarnições não deixassem outros locais do estado sem a proteção dos órgãos públicos de segurança. A PM realizou as investigações nas áreas, averiguação dos endereços e execução dos mandados.Prisão de criminosos sem mandados A operação não localizou somente criminosos os criminosos foragidos que foram mapeados no início da investigação. Ao decorrer da execução das ordens, a força operacional capturou criminosos que não estavam na lista dos procurados pela ação, mas que foram presos em flagrante por posse de armas e drogas.

Foram dois os criminosos, sem mandados, que acabaram sendo encontrados no meio da operação e presos pelos agentes. O primeiro foi localizado no bairro de São Cristóvão e tentou fugir, mas acabou sendo cercado e capturado com uma arma de fogo e porções de drogas. O segundo foi o traficante morto no bairro de Sussuarana.Parceria duradoura A ação de hoje, desenvolvida em parceira pelo MP e a SSP, marca o começo de uma articulação focada na caça aos criminosos foragidos em todo território baiano. De acordo com o comandante Humberto Sturaro, as organizações têm a intenção de continuar a parceria. "Com certeza essa é a primeira de muitas outras operações que faremos em conjunto. Importante unirmos forças contra a criminalidade. Seguindo as diretrizes da SSP, estamos sempre a postos para dar apoio às instituições parceiras, como é o caso do Ministério Público Estadual", ressalta. 

Ainda segundo o comandante, a união entre as instituições pode ser é um iniciativa ideal para o combate ao crime organizado. "O impacto da retirada de circulação 20 pessoas que causam prejuízos a sociedade é muito positivo. Essa união de forças é tudo que a população precisa e espera. A união dos poderes nos deixa mais forte", declara.

O promotor Luís Alberto endossou as afirmações e declarou que a união entre os dois órgãos na tentativa de capturar os procurados pela justiça deve perdurar. "É o início de uma grande ação de repressão a delitos que impactam na segurança pública baiana. A quantidade expressiva de mandados de prisão em aberto precisam de uma resposta. Por isso, manteremos essas operações em conjunto", afirma. 

A operação contou com a participação de policiais Militar e Civil (unidades territoriais e especializadas) e do MPE, por meio do Centro de Apoio Operacional Criminal (Caocrim), do Centro de Apoio Operacional da Segurança Pública e da Defesa Social (Ceosp), do Grupo de Apoio Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) e da Coordenadoria de Segurança Institucional e Inteligência (CSI).

*Com orientação da subeditora Fernanda Varela