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Da Redação
Publicado em 27 de março de 2021 às 10:10
- Atualizado há um ano
Há dias em que a Vida curva-se sobre o vazio do próprio ventre, até beijar-lhe os pés. Transcende o corpo retorcido e a pele enrugada pelo frio das entranhas entreabertas, por onde escapam lágrimas de medo e dor. O amor pulverizou-se no silêncio, na memória. De repente, virou ausência adentrando as casas, os leitos, a urgência irrefreável das ambulâncias.
Pede-se apenas mais um suspiro, uma fonte de ar límpido que nos conceda a virtude de mais um abraço, um sorriso, um olhar. Entre instantes, e naquele que de repente torna-se -á o último, ouço as tantas vozes de homens e mulheres que nos expressam o medo da dor, da solidão, do abandono, do esquecimento. Dentre todos eles, um único e primordial desejo : de serem gratos ao Amor que os permitira viver até aqui. Não, não serão números. Todos eles tem história e identidade, passado e promessa de futuro.
Até que, chegada a hora inevitável, com o peso do ar escasso e o sufoco da angústia enfim, balbuciam: - Dra, estou com medo.
Sim, sabemos. Por trás das máscaras, compartilhando afeto, retribuímos: - Agora você vai respirar melhor. Deus estará com você em todos os momentos e nós estaremos aqui, lutando.
E no fechar dos olhos, ainda podemos ouvir. -Sim, eu creio.
Texto publicado originalmente no Facebook.