Pai, que emoção nos conecta a ele?

Linha Fina Lorem ipsum dolor sit amet consectetur adipisicing elit. Dolorum ipsa voluptatum enim voluptatem dignissimos.

  • D
  • Da Redação

Publicado em 4 de agosto de 2022 às 05:00

. Crédito: .

 É comum, no mês no qual comemoramos o Dia dos Pais, sermos bombardeados por propagandas que ativam nossos sistemas sensoriais fazendo com que estejamos inclinados a lembrar intensamente da necessidade de presentes.

Porém, vale uma pergunta... Que emoção está conectada e sustenta sua relação paterna? Você poderá responder. É lógico que o que me conecta ao meu pai é o amor, a alegria, o carinho, a gratidão... Que bom! Porém, não são apenas essas referências que o sistema emocional aprendeu na construção da sua conexão paterna.

Seja como adolescente ou já adulto, você carrega referências paternas que foram construídas na sua infância, a partir da presença ou ausência do seu pai. Como você se comporta em seus relacionamentos? Como trata sua parceira ou parceiro? Como lida com sua profissão? Como você recebe uma ordem do seu chefe? Qual postura assume perante seus problemas? Qual força aplica para enfrentar os desafios? Como lida com o dinheiro?

Muita gente não sabe, mas todas essas vertentes possuem raízes na referência paterna que assimilamos, antes mesmo de nascermos. Na nossa vida intrauterina, na gestação, já assimilamos impactos positivos ou equivocados desta referência paterna. Isso se dá porque recebemos essas informações a partir da interação da mamãe com o mundo externo, com aqueles que interagem com ela. A ausência paterna poderá ser sentida ainda enquanto se forma um feto. Essa informação será impactante, para a infância e toda a vida.

Convido você a imaginar a seguinte cena: uma pessoa que não aceita receber ordens, que reluta em acatar orientações do seu chefe, professor ou a alguém de mais idade. É possível que esta pessoa ou não teve referência paterna, ou recebeu uma referência equivocada, possivelmente por ter um pai muito rígido que cobrava e exigia demais. Assim, na vida adulta, esta pessoa projeta nos outros que lhe dão ordens, que lhe cobram, a imagem da sua referência. Na prática, essa pessoa está desafiando, questionando, brigando com sua figura paterna, seu pai.

Começamos a compreender a importância da função paterna na construção das nossas redes neurais primárias, da estrutura psíquica e cognitiva alicerçando a formação das competências humanas e da personalidade com a qual enxergamos o mundo no qual estamos inseridos. 

Podemos receber referências paternas de outra pessoa que assumiu ou assume este importante papel em nossa vida. Não necessariamente o pai biológico. A função paterna não se consolida apenas com a genética, mas com participação, interação, vivência... Ser pai é uma possibilidade, viver a função paterna é um exercício diário de zelo e aprendizagem. 

Jailson Pinheiro é professor especialista em Emoções e Comportamento