Paixão de Cristo tem 'dança sensual' e cobra viva em BH; fiéis fazem protesto

Ator atravessa corredor principal da tradicional igreja, enquanto dança, vestindo um figurino vermelho de odalisca

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  • Da Redação

Publicado em 24 de abril de 2022 às 19:46

. Crédito: Foto: Reprodução

Um espetáculo para representar a Paixão de Cristo, no Santuário Arquidiocesano São José, em Belo Horizonte, chocou o público - principalmente os mais conservadores. Durante a encenação, um ator entrou na igreja com uma cobra viva nos ombros, usou roupas consideradas 'ousadas' pelos fiéis, além de fazer uma 'dança sensual' no altar da igreja. A peça teatral gerou protesto na cidade. 

A performance aconteceu no dia 11 de abril e fazia parte das celebrações da Semana Santa. Um vídeo da peça circula nas redes sociais e aumentou a polêmica. Veja:

 

Nas imagens, é possível ver o ator atravessando o corredor principal da tradicional igreja, enquanto dança, vestindo um figurino vermelho de odalisca, e com a cobra enrolada ao corpo. Ao chegar no palco, o ator retira a cobra dos ombros, mostra ao público e faz passos que lembram uma dança do ventre.

Segundo o Grupo Nova Arte Jovem, o objetivo era retratar a luxúria, práticas e costumes das festas e banquetes que existiam na época. "Em momento algum foi ou é nossa intenção ofender, difamar ou profanar alguém”, disseram os integrantes em entrevista ao Estado de Minas.  O grupo realiza trabalhos sobre a Paixão de Cristo em paróquias da Arquidiocese, incluindo o próprio Santuário, há cerca de 20 anos. 

Em nota, a Congregação Redentorista, do Santuário São José, pediu desculpas aos fiéis e disse que não sabia da cena e classificou como "inadequadas à Via Sacra".

"Ressaltamos que o grupo teatral já se apresentou em nossa Semana Santa em anos anteriores, bem como em outras paróquias da Arquidiocese. Contudo, novas cenas foram incluídas no roteiro e não tivemos conhecimento prévio”, afirmou. Conservadores fizeram protesto (Foto: Instituto Plinio Corrêa de Oliveira/Reprodução)  Protestos O católicos mais conservadores seguem indignados com a peça. Grupos se reuniram contra a performance nas redes sociais e na rua. Uma manifestação, chamada de "Ato Desagravo", no dia 16 de abril reuniu cerca de 50 membros do Instituto Plinio Corrêa de Oliveira, da Frente Universitária Lepanto e do Apostolado Beato Pe. Vitor em frente ao Santuário. 

“Consideramos inadmissível que uma Paróquia, que goza de todas benesses desta Arquidiocese, se dê a cometer tal escárnio contra Nosso Senhor justamente nesta semana. Também lamentamos como perderam qualquer senso e noção do Sagrado”, declarou o Apostolado Beato Pe. Vitor. 

“Não é tocando na blasfêmia, ou mesmo realizando um teatro blasfemo, como alguns o caracterizaram, que se vai atrair pessoas para a Fé Católica autêntica. O resultado de um teatro desse tipo é o de afastar aqueles católicos que desejam se afervorar na prática de sua Fé”, pontuou o  Instituto Plinio Corrêa de Oliveira.