'Parei o carro porque achei que era alguém que havia saído da emergência', conta taxista

Mário Villas Boas reagiu a uma tentativa de assalto, após pegar uma corrida em frente ao Hospital Aliança até o bairro da Pituba

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  • Priscila Natividade

Publicado em 20 de outubro de 2019 às 16:12

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: Divulgação/AGT

Após receber alta do Hospital Geral do Estado (HGE), o taxista Mário Villas Boas, 38 anos, contou em detalhes ao CORREIO como foi a tentativa de assalto que sofreu na madrugada deste sábado (19). Segundo a vítima, ele não desconfiou em nenhum momento do passageiro que acenou para o táxi quando o veículo passava em frente ao Hospital Aliança, no Rio Vermelho:

“Pelo o horário, como foi algo por volta das 4h30 da manhã, eu achava que era alguém que havia saído da emergência e por isso parei o carro. Antes dele entrar, inclusive, a porta estava travada. Tenho sempre esse cuidado. Quando baixei o vidro ele me perguntou se eu poderia leva-lo na Paulo VI, na Pituba. Só então destravei a porta. Pela idade e pela conversa dele também, eu não vi absolutamente nada de suspeito”, lembra. 

O passageiro identificado como Marcel da Silva Vieira chegou a conversar durante todo o trajeto com o taxista. “A gente conversou muito sobre o próprio bairro da Pituba. A corrida deu R$ 20. Quando chegamos ao destino e cobrei a tarifa ele anunciou o assalto”. 

Ainda de acordo com Mário, ele acabou entrando em luta corporal com o Marcel ainda dentro do carro com receio de ser atingido já que o passageiro o ameaçou com uma peixeira quando ele ainda estava com o cinto de segurança. 

“Fiquei com medo de levar uma facada na perna. A gente sabe que qualquer coisa na perna é muito perigoso e como eu estava com o cinto preso, fiquei muito apreensivo de que ele acabasse me machucando, por isso reagi. Comecei a gritar por ajuda, quando moradores do prédio ligaram para a polícia que chegou muito rápido não deu tempo nem dele fugir. Nós dois fomos levados para o HGE e depois para a Central de Flagrantes”. 

Em cinco anos rodando de táxi essa foi a primeira vez, que Mário foi assaltado. “O que eu ouvi é que Marcel estava com alvará de soltura condicional. Sempre tomo todo cuidado. Mas a verdade é que a profissão é muito vulnerável”, completa Villas Boas. 

Sobre o caso

A tentativa de assalto aconteceu nas proximidades das ruas Miguel Navarro y Cañizares e Almirante Carlos Paraguassú de Sá, próximo ao Colégio Oficina, pouco antes das 5h da manhã. Segundo informações da Associação Geral dos Taxistas (AGT), O autor da tentativa de assalto teve voz de prisão decretada em flagrante. 

Ainda de acordo com a associação, 26 taxistas foram assaltados em Salvador só em outubro. Desses, dois teriam sido esfaqueados e 12 tiveram carros levados. Em setembro, 46 taxistas foram assaltados na capital baiana.

Em nota, a PM informou que policiais da 13ª Companhia Independente de Polícia Militar (CIPM/ Pituba) foram acionados por volta das 4h55 após informações de uma "confusão" na Rua Almirante Carlos Paraguassú de Sá. "Quando chegou ao local, a guarnição flagrou dois homens brigando na via pública. Ambos foram detidos pela guarnição, conduzidos até o Hospital Geral do Estado (HGE) e posteriormente apresentados à Central de Flagrantes”. A Polícia Civil investigará o caso.