Pastor pediu 1 kg de ouro para liberar verba do Ministério da Educação, diz prefeito

Ministério da Educação priorizou verbas a cidade ligadas a pastores

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  • Da Redação

Publicado em 23 de março de 2022 às 15:05

. Crédito: Reprodução

O prefeito do município de Luis Domingues, no Maranhão, Gilberto Braga (PSDB), disse que o pastor Arilton Moura solicitou R$ 15 mil antecipados para protocolar as demandas da cidade junto ao Ministério da Educação, além de 1 kg de ouro após a liberação dos recursos para construção de escolas e creches. A informação é parte do escândalo já chamado de gabinete paralelo do MEC, segundo o qual prefeitos ligados a pastores tinham prioridade na liberação de verbas da pasta. 

"Ele (Arilton Moura) disse: 'Traz um quilo de ouro para mim'. Eu fiquei calado. Não disse nem que sim nem que não", relatou Braga ao Estadão. Ele garante não ter aceitado a proposta. Na cotação atual, 1kg de ouro equivale a aproximadamente R$ 304 mil. 

De acordo com o relato do prefeito, a conversa aconteceu em abril de 2021, quando eles almoçavam no restaurante Tia Zélia, em Brasília. O almoço foi logo após uma reunião com o ministro da Educação, Milton Ribeiro, na sede do MEC.

"Ele disse que tinha que ver a nossa demanda. De R$ 10 milhões ou mais, tinha que dar R$ 15 mil para ele só protocolar [no MEC]. E na hora que o dinheiro já estivesse empenhado, era para dar um tanto X. Para mim, como a minha região era área de mineração, ele pediu um quilo de ouro", afirmou o prefeito à reportagem.  

A reportagem também levantou a informação de que, durante esse encontro, o pastor teria passado os dados da sua conta corrente para que os prefeitos pudessem fazer os repasses de R$ 15 mil. Com as demandas em mãos, Arilton protocolaria junto ao ministério após o pagamento. O prefeito Gilberto Braga, no entanto, disse não ter tido sucesso no processo por não ter depositado a quantia.