A ex-patroa da babá que pulou do terceiro andar de um prédio para fugir de agressões recebeu vaias e gritos de 'criminosa' no retorno para casa, nesta quinta-feira (26), após mais de seis horas de depoimento na delegacia da Boca do Rio.
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Melina deixou a delegacia acomapanhada do advogado, mas precisou de escolta policial (foto: Reprodução/TV Bahia) |
De acordo com informações, uma viatura da PM precisou escoltar Melina Esteves França para casa por risco de linchamento. Em um vídeo divulgado por moradores nas redes sociais, é possível ouvir vizinhos vaiando Melina e gritando palavras como ‘criminosa’. Ela estava acompanhada do advogado.
Histórico de agressão
Segundo a defesa da babá, após o episódio de agressões de Melina contra Raiane se tornar público, pelo menos três outras mulheres se manifestaram e relataram ter sido vítimas de abusos parecidos.
De acordo com o advogado Bruno Oliveira, todas elas relataram ter passado menos de 30 dias na casa e declararam ter sofrido ameaças da ex-patroa.
“Quando viram, realmente, qual era a natureza e condições de trabalho, elas decidiram ir embora. Uma, inclusive, me relatou que ficou 15 dias em cárcere privado, tentando ir embora e sem conseguir”, declarou a defesa. Todas as moças que tentaram a vaga para atuar como babá desistiram do emprego com menos de um mês e devem depor no caso de Raiane.
O Ministério Público do Trabalho (MPT) anunciou a abertura de um inquérito sobre o caso. A procuradora Manuella Gedeon, do MPT, esteve presente na delegacia durante todo o dia e ouviu os relatos tanto da babá, quanto da empregadora.
O MPT solicitou imagens das câmeras de segurança do apartamento, que já estão com a Polícia Civil. Um laudo também será elaborado pela auditoria-fiscal do trabalho. A responsabilidade de análise dos documentos e das evidências sobre os detalhes da relação e condições de trabalho ficará a cargo da Superintendência Regional do Trabalho da Bahia (SRT-BA).
Entenda o caso
Raiane Ribeiro trabalhava cuidando de crianças em um apartamento no Edifício Residencial Absolutto quando caiu do terceiro andar. Socorrida para o Hospital Geral do Estado, ela prestou depoimento no posto policial da unidade e disse que pulou da janela para fugir da patroa.
Segundo a funcionária, ela foi agredida e trancada em um cômodo da casa, após ter seu celular tomado pela patroa. Tudo teria começado quando ela avisou que queria deixar o emprego após uma semana de contratada.
Raiane conversou com o CORREIO na noite desta quarta-feira (25) e relatou os momentos traumáticos que viveu.
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