Pescadores e marisqueiras são prejudicados por óleo no mar

Bahia Pesca e Secretaria da Agricultura estudam medidas emergenciais para ajudar esses trabalhadores

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  • Da Redação

Publicado em 16 de outubro de 2019 às 19:08

- Atualizado há um ano

. Crédito: Arisson Marinho/CORREIO

As manchas de óleo que atingiram a região Nordeste no mês de setembro e chegaram à Bahia na última quinta-feira (10) prejudicou diretamente o sustento de milhares de baianos. A Bahia Pesca fará um levantamento com os 13.375 pescadores e marisqueiras que vivem nos municípios de Camaçari, Conde, Entre Rios, Esplanada, Jandaíra, Lauro de Freitas, Salvador e Mata de São João para saber quantos tiveram suas atividades suspensas ou prejudicadas.

A situação será informada ao Comando Unificado de Incidente, para que políticas compensatórias emergenciais sejam tomadas. As ações para minimizar os impactos do óleo na vida desses profissionais foram discutidas nesta quarta pelo presidente da Bahia Pesca, Marcelo Oliveira, e pelo secretário da Agricultura, Lucas Teixeira. 

Na reunião também ficou definido que será feita uma coleta de peixes e mariscos para análise da Diretoria de Vigilância Sanitária e Ambiental, que determinará se os animais pescados estão próprios para consumo. Caso estejam contaminados, eles devem ser descartados, já que o óleo que vazou no mar é tóxico.

Participaram do encontro a diretoria e técnicos da Bahia Pesca, além de representantes da Diretoria de Vigilância Sanitária e Ambiental, Casa Civil, Secretaria do Meio Ambiente (Sema) e Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Inema).

Pescadores de Salvador

Em áreas da Pituba, já não dá mais para pescar - foram retiradas 15 toneladas de óleo da região nesta quarta-feira (16). O diretor da associação de pescadores da Pituba, Durval Santos, conta que é impossível passar a rede no mar porque todo o material de pesca seria perdido. “A gente usa uma canoa para pescar e temos que cercar o peixe para conseguir pescar”, diz.

Ele afirma que é possível mudar de local para pescar, mas que “quem escolhe o local é o peixe”. Por isso, o sustento dos pescadores deve ser afetado. “A mancha apareceu em maior escala hoje e não sabemos o que virá depois. Mas isso vai afetar os pescadores em grandes proporções”, relata.

O pescador, que quer ser identificado como Sargaço, diz que ainda não foi afetado por pescar em alto mar, a 10 Km da costa. Entretanto, ele conta que colegas da praia de Boca do Rio são prejudicados. “Eles pegam o peixe que passa na arrebentação das praias, justamente onde o óleo chega”, pontua.

Nesta quarta-feira, cerca de 15 toneladas do óleo invadiu as praias da Pituba, em Salvador e outros chegaram à Praia de Vilas em Lauro de Freitas. Em Baixio, no Litoral Norte, 18 toneladas foram retiradas durante esta semana. Na terça-feira, o Projeto Tamar também confirmou que pelo menos 10 filhotes de tartaruga foram encontrados mortos por causa da substância.