Pesquisa mostra como brasileiros se relacionam com o dinheiro; veja perfis

Construtor, camaleão, planejador, despreocupado ou sonhador? Descubra qual o seu perfil

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  • Priscila Natividade

Publicado em 27 de novembro de 2017 às 05:55

- Atualizado há um ano

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Há quem morra de amores pelo dinheiro e valorize cada centavo. Mas existe também aquele que acha que dinheiro existe para se gastar. Têm ainda os que apertam o cinto, outros que sambam na cara do orçamento para fechar as contas em dia. Esse jeitinho de gerir as finanças define a relação do brasileiro com o dinheiro, como mostra um levantamento feito Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (ANBIMA). A pesquisa classificou o consumidor brasileiro em cinco perfis: Construtor, Camaleão, Planejador, Despreocupado e Sonhador. De acordo com o estudo, três em cada dez pessoas estão no grupo dos construtores, os que gostam de ter o controle e pensam milhões de vezes antes de gastar. Quase empatado, os camaleões respondem por 29%. E eles se adaptam, de fato, em qualquer ambiente, no entanto, nem sempre sobra algum centavo para contar a história. Nas posições seguintes - porém não menos importantes - estão os planejadores (22%), os Despreocupados (11%) e os Sonhadores (6%). “O fundamental é que a gente não tenha um estereótipo de qual é o perfil melhor. Todos os perfis têm características negativas e positivas. A partir do momento que você consegue identificar quem é quem nesta relação com o dinheiro fica mais fácil conviver com estas características e aprimorar outras”, pontua a superintendente de Educação e Informações Técnicas da Anbima, Ana Leoni.  A conclusão do estudo objetiva ajudar o mercado financeiro a adaptar seus produtos, visto que o intuito é identificar por que o brasileiro poupa tão pouco. “As pessoas lidam com as questões financeiras como tratam outras relações na vida. O dinheiro é alicerce e não protagonista, a base para se realizar estes projetos”.

O Construtor

Tudo no lugar  É o perfil daquele que cresce devagar e sempre. Poupa, não gasta um centavo se quer que não esteja registrado na planilha. Para a educadora financeira, Meire Cardeal, o Construtor alinha os objetivos de forma responsável e com planejamento. “Quem chegou a esta posição fez a lição de casa direito. É acompanhar a vida financeira como a gente acompanha um seriado”. O engenheiro florestal José Linhares Júnior é desses que  controla tudo, quando o assunto é dinheiro. “O mês nem terminou e eu já estou organizando o próximo. Quando a conta por um acaso não fecha só sossego quando o número bate direitinho. Dinheiro é muito bom. Mas tem que ter controle e disciplina”.Ponto positivo: Sua vida é financeiramente saudável, não tem problemas para gerir o dinheiro, controlar os gastos e ao mesmo tempo poupar alguma coisa. Acenda o alerta: Se for muito rígido, precisa ter cuidado para não virar um “mão-de-vaca”. “É pensar no futuro sem esquecer o presente”, aconselha Meire. 

O Camaleão

Mas pode chamar de ‘ninja’  Depois que deixou de dividir o apartamento onde morava e ter que assumir 100% das despesas a conteudista Marlene de Jesus não hesitou em trocar o lar doce lar por um quarto alugado. “Se morasse só, meus gastos mais que dobrariam. É muito melhor tomar uma atitude preventiva do que adquirir dívidas”. Marlene faz parte do grupo, que a pesquisa classifica como Camaleões. Não tem medo de readaptar as contas, fazer cortes nem reduzir o padrão de vida para conseguir fechar as contas do mês. “É um consumidor que tem como principal habilidade a capacidade de adaptar o consumo ao seu padrão de renda, antes mesmo da tempestade surgir”, analisa o educador financeiro, Antônio Carvalho.Ponto positivo: Dificilmente esta pessoa tem dívida. Acenda o alerta: Se o jogo virar, a mesma facilidade que tem para o desapego, ela possui para consumir sem culpa. “É importante trazer esta mesma habilidade para a  reserva financeira”, aponta Carvalho.

O Planejador

Curto, médio e longo prazo  A endocrinologista Rita Chaves, divide seu planejamento em duas vertentes: a renda fixa, para as despesas pessoais e a “renda flutuante”, recurso que ela mesma denominou para direcionar outros planos. “A viagem que estou programando para daqui a seis meses vou tirar desta renda flutuante. No fixo, ninguém mexe. Pertence ao meu planejamento mensal”. Os planejadores são assim mesmo: sempre atento as oportunidades, maximizam seus recursos financeiros e planejam todos os mínimos detalhes do orçamento. “É o perfil financeiro de uma pessoa que sabe onde quer chegar. Sabe organizar as etapas e os recursos financeiros, prever eventuais dificuldades e com isso fazer os ajustes durante a trajetória”, destaca o educador financeiro, Angelo Guerreiro.Ponto positivo: Você passa a ter uma visão da sua realidade e se organiza para viver dentro dela.Acenda o alerta: O planejamento só funciona se ele envolver toda família. Por isso, compartilhe estas metas.

O Despreocupado

Como se não houvesse amanhã  Otimista de que vai dar tudo certo, os Despreocupados não focam muito em criar laços com o dinheiro. “Muitas vezes não tem uma poupança, acaba gastando mais do que pode, diz que o dinheiro foi feito para gastar mesmo”, destaca a educadora financeira da Dsop, Lorena Milanese. A professora Erica Santos sabe muito bem o que é isso. Não que ela não dê importância para o dinheiro. O que ela tem mesmo é dificuldade de manter este relacionamento. “Meu marido é contador mas nem assim, o santo de casa fez milagre. Estava com um dinheiro para investir, quando eu procurei já tinha gastado. A gente é professor, ganha mal, mas de um modo geral eu acho que poderia viver com o que eu ganho de forma melhor se me relacionasse diferente com o dinheiro”, considera.Ponto positivo: A motivação para mudar existe.  Acenda o alerta: É olhar para o seu orçamento, se organizar melhor, ver onde pode economizar para experimentar outras formas de se relacionar com o dinheiro.

O sonhador

Felizes para sempre  São os sonhos que conduzem seus passos, como acontece com a universitária Michelle Oliveira, que começou, junto com o namorado, a guardar dinheiro para garantir a casa própria após o casamento. “Meu plano é casar em 2020. Baseado nisso, ele guarda 60% do salário, e eu, em média, 30%. Quando você tem um objetivo é mais fácil economizar”, afirma. E Michelle tem razão. Segundo o educador financeiro Edval Landulfo, sonhar é importante, mas ter os pés no chão para tirar esses planos do papel é mais ainda. “As pessoas, às vezes querem realizar seus sonhos, mas não sabem como. É preciso ter organização e disciplina para colocar o sonho em prática e transformá-lo em projeto. Definir tudo que precisa, quando precisa e como vai chegar lá”, orienta Landulfo.  Ponto positivo: O sonhador quer sempre realizar algo, o que pode ser um ótimo estímulo para poupar.  Acenda o alerta:  É necessário ter metas e prazos mais um plano específico para colocar o sonho em prática

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