Petistas comemoram soltura de Lula no Rio Vermelho

Com música e bandeiras, Largo de Santana sediou Carnaval fora de época

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  • Da Redação

Publicado em 8 de novembro de 2019 às 22:47

- Atualizado há um ano

. Crédito: Betto Jr./CORREIO
. por Fotos de Betto Jr./CORREIO

A determinação da Justiça do Paraná de mandar soltar o ex-presidente Lula, após decisão do STF sobre a prisão em segunda instância, dividiu o país. Movimentos de direita foram às ruas nesta sexta-feira (8) à noite, em São Paulo, para protestar contra a decisão. Já os simpatizantes da esquerda festejaram a liberdade do ex-presidente. 

A notícia de que o ex-presidente Lula tinha deixado a sede da Polícia Federal ainda estava começando a ser divulgada quando os primeiros simpatizantes petistas chegaram no Largo de Santana, no Rio Vermelho. O local ficou cheio de pessoas vestindo camisas vermelhas e carregando faixas e cartazes com o ‘Lula livre’.

No centro da multidão, um carrinho de som disparava clássicos da MPB, com destaque para sucessos de Caetano Veloso e Chico Buarque.

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A estudante Aline Silva, 23 anos, era uma das mais animadas. “A prisão de Lula, mais do que uma questão criminal, como eles quiseram fazer parecer, foi uma questão política. Ele foi o melhor presidente que tivemos nos últimos anos. Isso é inegável. E merece essa festa na saída da prisão”, afirmou. 

 Alguns motoristas que passavam pela Rua da Paciência, ao lado da manifestação, fizeram um buzinaço, o que deu ainda mais fôlego ao grupo.  Crianças e idosos também marcaram presença e os vendedores ambulantes precisaram reforçar os estoques de bebidas e petiscos. Alguns dos simpatizantes gritaram palavras de ordem, sempre concluídas com o “Lula Livre”. 

Repúdio  O primeiro ato de protesto contra a decisão do STF aconteceu ontem à noite em frente à sede da Fiesp, na avenida Paulista.  A manifestação é promovida pelo Movimento Conservador, grupo alinhado ao presidente Jair Bolsonaro. "A decisão do Supremo acirrou os ânimos. Há uma indignação generalizada com o que aconteceu", afirma Edson Salomão, presidente do grupo.

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Essa revolta, segundo ele, não se resume à libertação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, mas também de quase 5.000 outros presos por condenação em segunda instância. "Isso aí enterra a Lava Jato, institucionaliza a impunidade", disse.

Hoje, às 16h, também na avenida Paulista, será a vez de dois movimentos que surgiram durante o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff fazerem um ato. Ao contrário do Movimento Conservador, no entanto, eles são críticos a diversos aspectos do governo Bolsonaro.

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O evento é organizado pelo Vem Pra Rua, que pede "prisão em segunda instância já". Ao grupo se juntou o MBL (Movimento Brasil Livre), com o acréscimo da defesa da PEC 410/18, que estabelece a prisão em segunda instância, e da chamada CPI da Lava Toga, para investigar possíveis irregularidades no Judiciário.

Em redes sociais de bolsonaristas e conservadores, o tom foi de forte crítica ao STF.  O professor e ativista conservador Rafael Nogueira  tuitou que "a decisão do STF vai pôr o Brasil de cabeça para baixo".