Petroleiros mantêm mobilização e realizam doação de sangue em massa

Ação voluntária é para alertar a sociedade sobre demissões e transferências na Petrobrás

  • D
  • Da Redação

Publicado em 24 de novembro de 2019 às 17:16

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: Marina Silva/ CORREIO

Os trabalhadores do setor de petróleo farão doação de sangue nesta segunda-feira (25). Segundo a Federação Única dos Petroleiros (FUP) a mobilização tem relação com o Dia Nacional de Doação de Sangue e é uma medida para atrair a atenção para as demandas da categoria.

A FUP informou que a ação faz parte das mobilizações solidárias nacionais, que vão ocorrer até a sexta-feira (29) e que têm o intuito de chamar a atenção da sociedade sobre os riscos da atual política de demissões e transferências em massa e de venda de ativos da Petrobrás para o bolso do consumidor, para o meio ambiente e para os trabalhadores em geral.

A mobilização, que tem como mote a #petrobrasnaveia, acontecerá inicialmente no Hemoba, em Salvador (BA), na Cinelândia, no centro do Rio de Janeiro, no Hemocentro Unicamp, em Campinas (SP), no Hemope, em Recife (PE) e no Hospital Erasto Gaertner, em Curitiba (PR).

No Rio, ônibus levarão petroleiros de vários pontos do estado para doar sangue – já está confirmada a presença de pelo menos 100 trabalhadores. Já em Salvador, os trabalhadores sairão do Polo de Camaçari e de outros pontos da região metropolitana em direção ao banco de sangue.

Na terça-feira (26), a mobilização irá ocorrer em Campos dos Goytacazes, no Norte Fluminense. Os petroleiros vão se dirigir ao Aeroporto do Farol de São Tomé para doarem sangue em um ônibus cedido pelo Hemorio. Ações similares serão realizadas durante toda a semana em outras cidades do país.

“A campanha #petrobrasnaveia está nas redes sociais para chamar a atenção da população para o desmonte da Petrobrás, e adota a cor laranja, a mesma dos macacões dos petroleiros da companhia”, afirmou a FUP, em nota.

Pleitos A FUP anunciou a mobilização por tempo determinado (5 dias), sem comprometimento do abastecimento de petróleo e combustíveis do País, para cobrar da Petrobrás o cumprimento do Acordo Coletivo de Trabalho (ACT), que foi mediado pelo Tribunal Superior do Trabalho (TST).

Além de demissões e transferências em massa, a diretoria da Petrobrás incluiu metas de segurança, saúde e meio ambiente (SMS) como critérios para pagamento de bônus e concessão de vantagens.

Segundo a FUP essas ações, além de ferir cláusulas do acordo, podem atingir diretamente interesses da sociedade, por aumentarem o desemprego e precarizarem as condições de trabalho nas instalações da companhia, aumentando o risco de acidentes.

“Além disso, a atual política de preços da Petrobrás vem prejudicando o consumidor, promovendo constantes aumentos no preço dos combustíveis, o que deverá ser ampliado com a venda de ativos importantes da empresa, como as refinarias”, diz a nota.