Petróleo e Gás na Agenda 2030

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  • Eduardo Athayde

Publicado em 1 de setembro de 2019 às 11:59

- Atualizado há um ano

O primeiro poço do Canadá, cavado à mão em 1858, encontrou petróleo a uma profundidade de 4,26 metros. Hoje, com o país ostentando a terceira maior reserva de petróleo do mundo, a província canadense de Alberta, onde o Conselho de Conservação de Petróleo e Gás Natural impõe rigorosa legislação de conservação, mais de 100 novos poços são perfurados diariamente em terra e a produção de petróleo e gás “onshore” é considerado um dos mais lucrativos e sustentáveis do mundo.

Interessada nos inovadores padrões de negócios canadenses, comitiva brasileira liderada pela Federação das Indústrias do Rio (Firjan) e a Agencia Nacional de Petróleo (ANP) participou da Gobal Petroleum Show, onde conheceu a Agenda 2030 canadense, organizada e incentivada pelo governo para “não deixar ninguém para trás” . Comparado com outros combustíveis fósseis, o gás é considerado relativamente limpo, emite cerca de 75% menos óxidos de nitrogênio.

À medida que os empregos e as instituições da era industrial declinam e a era digital da informação floresce e amadurece, as empresas de tecnologia de petróleo e gás, abastecidas pela inteligência nova das startups, blockchain e Internet das Coisas – IoT, explodem com valorizações de bilhões de dólares, numa escalada sem precedentes na história. As velhas indústrias não tecnológicas mudam, ou morrem. 

Segundo a Confederação Nacional da Industria – CNI, apenas 27% da produção de gás natural do Brasil é realizada em terra. Visando a retomada do desenvolvimento regional, o Programa de Exploração e Produção de Petróleo e Gás Natural em Terra - Reate 2020 [bit.do/REATE2020], foca em dobrar a produção de petróleo e gás natural e áreas terrestres, atraindo investimentos nos municípios e gerando cerca de 700 mil novas vagas de empregos, para produzir, até 2030, 500 mil barris de óleo equivalentes/dia.

A Petrobras, dentro da Política de Responsabilidade Social da empresa, vem estimulando o desenvolvimento territorial sustentável nos municípios onde está presente. Para isso, firmou acordo com o PNUD para promoção da Agenda 2030 / Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS), ampliando as capacidades locais, incluindo gestores municipais e atores locais relevantes, estimulando os municípios a adorarem os ODS. 

Alinhado com a Agenda 2030 e com as inovações do Canadá, o Senai/Cimatec, ciente que o gás natural que abunda nos poços terrestres desativados pode representar, em alguns casos, mais de 30% do custo final da indústria; vem introduzindo os princípios ODS em suas ações, com resultados planejados, mensurados e garantidos.

Iniciativas disruptivas e inovadoras, que atraem colônias de startups, investem para derrubar o preço do gás natural no Brasil, um dos mais caros entre os países do G20 (grupo formado pelos ministros de finanças e chefes dos bancos centrais das 19 maiores economias do mundo mais a União Europeia). Nos EUA o gás entregue para as distribuidoras custa, em média, 3,13 dólares/milhão/BTU, no Brasil o preço está acima de 10 dólares/milhão/BTU. 

Nos 14 estados identificados pelo Reate para investimentos - a Bahia entre eles - cerca de 730 áreas de exploração já foram selecionadas, fazendo os investimentos no setor pular dos atuais R$1,6 bi, para R$4 bi por ano, um crescimento de 150%, ampliando a produção de gás nos próximos de anos de 25 milhões m3 para 50 milhões m3, em dez anos. 

O mercado global de blockchain que até o fim de 2019 deve movimentar US$ 2,2 bilhões, crescerá mais de dez vezes no prazo de quatro anos, alcançando US$ 23,3 bilhões em 2023. Até 2030, o Reate “onshore” prevê investimentos 40 bilhões de reais em áreas de poços terrestres, porém, com o embarque dessas novas tecnologias e adoção da Agenda 2030 pelos municípios, os investimentos poderão ser localmente multiplicados.

*Eduardo Athayde é diretor do WWI.