PF faz operação para investigar empresários que teriam contrabandeado vacinas em BH

Doses da Pfizer estariam sendo vendidas da R$ 600

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  • Da Redação

Publicado em 26 de março de 2021 às 08:05

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: Reprodução / TV Globo

Endereços ligados à Viação Saritur, em Belo Horizonte, receberam a visita da Polícia Federal (PF) na manhã desta sexta-feira (26). A corporação investiga uma denúncia de que empresários do setor de transporte, amigos e familiares se vacinaram de forma ilegal contra a covid-19.

Um dos principais alvos dos federais é a garagem da empresa, no bairro Caiçara, onde teria ocorrido a vacinação clandestina. Imagens internas de segurança serão recolhidas para tentar comprovar o episódio, informa o G1.

Batizada de Operação Camarote, a ação objetiva apurar a suposta importação e administração irregular de vacinas. A suspeita é de que houve contrabando de doses da Pfizer, segundo a PF.

Ao todo, quatro mandados de busca e apreensão foram expedido pela 35ª Vara Federal Criminal de Belo Horizonte para que sejam recolhidas provas relativas ao caso.

A PF investiga se houve crime de contrabando, caso a eventual importação das doses tenha ocorrido antes a aprovação da lei que trata sobre a compra de vacinas por pessoas jurídicas, de descaminho, caso tenha sido após aprovação da lei, ou ainda se houve falsificação ou adulteração de produto destinado a fins terapêuticos ou medicinais, caso o episódio tenha ocorrido antes do registro da vacina da Pfizer na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

Denúncia A informação sobre a vacinação dos empresários foi publicada na edição on-line da revista Piauí. O Ministério Público Federal (MPF) também investiga o caso.

De acordo com a reportagem, um grupo de políticos e empresários, a maioria ligada ao setor de transporte de Minas Gerais, e seus familiares, teriam tomado a primeira das duas doses da vacina contra o coronavírus.

A reportagem diz que eles teriam comprado o imunizante por iniciativa própria, cometendo duas irregularidades: adquirindo e vacinando antes que os 77 milhões de brasileiros dos grupos prioritários tenham sido contemplados, e sem a doação de metade das vacinas adquiridas ao SUS, como prevê a lei.

Ainda segundo a reportagem, cada vacina custou R$ 600 e a segunda dose está prevista para ser aplicada nas cerca de 50 pessoas daqui a 30 dias. A revista afirma ainda que a vacina aplicada seria da Pfizer. A Pfizer negou a venda de vacinas fora do Programa Nacional de Imunização (PNI).