PF investiga ameaças a servidores da Anvisa após aval para vacinação de crianças

A agência denunciou a escalada de ameaças e pediu proteção policial para os técnicos e seus familiares

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  • Da Redação

Publicado em 20 de dezembro de 2021 às 19:19

- Atualizado há um ano

. Crédito: Marcelo Camargo/Agência Brasil

A Polícia Federal começou a investigar as ameaças recentes a servidores da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Os ataques se intensificaram depois que o órgão deu aval para a imunização de crianças a partir de 5 anos com a vacina da Pfizer. A própria agência denunciou a escalada de ameaças e pediu proteção policial para os técnicos e seus familiares. Ofícios foram disparados ao Ministério da Justiça, Gabinete de Segurança Institucional, Procuradoria-Geral da República e Polícia Federal Mais cedo, o procurador-geral da República, Augusto Aras, também disse que adotou providências para atender o pedido. A informação conta em documento enviado ao presidente da agência, Antonio Barra Torres. A Anvisa vem sendo atacada desde o início da pandemia por causa das medidas sugeridas para o enfrentamento da crise sanitária. Os ataques recentes vieram na esteira da reação do presidente Jair Bolsonaro (PL) ao sinal verde para a vacinação de crianças. Ele disse que divulgaria os nomes dos responsáveis pela aprovação da imunização infantil contra a covid. Após a declaração do presidente, a Anvisa disse 'repudiar com veemência' ameaças a funcionários do corpo técnico do órgão. Ao pedir a responsabilização pelas tentativas de intimidação, a agência disse que os diretores foram 'surpreendidos com publicações nas mídias sociais na 'internet' de ameaças, intimidações e ofensas'. "Esses fatos aumentaram a preocupação e o receio dos diretores e servidores quanto à sua integridade física e de suas famílias e geraram evidente apreensão de que atos de violência possam ocorrer a qualquer momento", afirma o texto. A PF já tem um inquérito em curso sobre ameaças de morte recebidas pelos funcionários da agência para que a vacinação contra a covid-19 em crianças não fosse autorizada.