Pfizer diz que ofereceu 70 milhões de doses da vacina ao Brasil em agosto

Entrega inicial dos imunizantes contra covid seria feita ainda em dezembro de 2020

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  • Da Redação

Publicado em 8 de janeiro de 2021 às 13:44

- Atualizado há um ano

. Crédito: AFP

A farmacêutica Pfizer, responsável por uma das vacinas contra a covid-19 que já estão em plena implementação em todo o mundo, afirmou através de comunicado na quinta-feira (7) que realizou uma série de tratativas com o governo brasileiro para fornecimento de sua imunizante ainda no mês de agosto de 2020, com as primeiras doses sendo entregues em dezembro.

"Vale reforçar que a Pfizer encaminhou três propostas para o governo brasileiro, para uma possível aquisição de 70 milhões de doses de sua vacina, sendo que a primeira proposta foi encaminhada pela companhia em 15 de agosto de 2020 e considerava um quantitativo para entrega a partir de dezembro de 2020", diz o comunicado da empresa.

A empresa ressaltou que não pode dar detalhes sobre a negociação por conta de um tratado de confidencialidade assinado com o governo brasileiro no final de julho, porém ela garante que os termos do acordo são os mesmos de contratos com outros países que já estão fazendo a campanha de vacinação.

"Países como Estados Unidos, Japão, Israel, Canadá, Reino Unido, Austrália, México, Equador, Chile, Costa Rica, Colômbia e Panamá, assim como a União Europeia e outros países, garantiram um quantitativo de doses para dar início à imunização de suas populações, por meio de acordo que engloba as mesmas cláusulas apresentadas ao Brasil", afirma a Pfizer.

Nesta semana, Eduardo Pazuello, ministro da Saúde do Brasil, afirmou que tem ressalvas à vacina da companhia americana, pois, segundo ele, a Pfizer não se responsabiliza  por qualquer efeito colateral, além da obrigação do governo brasileiro em fornecer material para diluir o imunizante.

"Queremos que a Pfizer nos dê o tratamento compatível com o nosso país, amenize essas cláusulas. Não podemos assinar dessa forma", afirmou Pazuello.

O presidente Jair Bolsonaro também fez fortes críticas no mês de dezembro em relação ao contrato de fornecimento do imunizante americano. "Lá no contrato da Pfizer, está bem claro que nós [a Pfizer] não nos responsabilizamos por qualquer efeito colateral. Se você virar um jacaré, é problema seu", disse.

A Pfizer finaliza seu comunicado afirmando que as negociações seguem, e que está aguardando a decisão do governo brasileiro para estabelecer o contrato de fornecimento, além de que seguirá o processo de submissão da sua vacina junto à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).